SONHO ETERNO

Tu vieste atrás de mim silenciosamente
Era mais do que fazer amor, muito mais
Era rasgar a pele do corpo na louca sã
Desta loucura de sermos nós mesmos
Volto as minhas ausências de memórias
Noites chuvosas onde a lua estava chorar
Sem ouvir os pássaros no sol da manhã
Acaricias o meu corpo com um belo sorriso
Dos teus lábios, na penumbra dos meus olhos
Suores e tremores percorriam o meu corpo
A cada acordar depois de uma noite de amor
O meu desejo é no fim do sonho torná-lo eterno

AMA-ME

Aconchega-te nos lençóis
Neste fria noite de inverno
Cobre-me com o teu olhar
Como um rio que percorre

Para o mar de tanto desejar
Eu sei bem que te provoco
Tu sabes que dentro de mim
Lavas-te da tua faminta fome

Aconchega-te e beija-me só
Os olhos, antes que fique tarde
Esconde-me nos teus sentidos
Veste-me no orvalho da manhã

Com o teu corpo, amando-me.
*

CIGARRO O ÚLTIMO

Estou vazia sem força
De linhas cosidas na alma
Num silêncio absoluto
Ensurdecedor de palavras
Soltas, perdidas, esquecidas
Escritas que não querem conjugar
Não consigo escrever, o meu corpo
Foi, passou para lá do limite, quem sabe
Fumo talvez o último cigarro de ti
Para nunca mais te voltar a tragar
Inspiração que traz à minha boca
O teu sabor, sabor esse que traz
Ao meu peito um tremor invasivo
De um intenso desejo do teu aroma
Aroma perfumado da tua pele em mim

PÓ OU POEIRA

Quando um dia desses eu for
Poeira serei um pouco de nada
Serei uma folha levada pelo vento
Na madrugada invisível sem sorte
Ou talvez tenha, visto estar morto
No delicioso momento do passado
Presente das flores que enfeitam
A vida, enfeitando a morte como um
Fruto maduro em sonho esquecido
Na mente, somos isca, somos ego
Somos egoístas nesta terra de selvagens
Eu sou produto deste veneno que bebo
A morte não é nada, morte absoluta
Do corpo, da mente, reza, sorri, vive

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