Reflexo da lua

                         Na  sombra  meu

                         Sorriso  oculto

                         A  palavra  o  vulto

                         Todo  meu  eu

 

                          Eu  sou  a  sombra

                          No  reflexo  da  lua

                           Mente  e  alma  nua

                          Estirada  na  alfombra

 

                            Sou  irmã, sou natureza

                             Aroma  de  maçã  madura

Espelho

No Espelho do Infinito
Não é o corpo que se revela
Nem os materialismos da vida,
Nem as cores, nem os sabores, nem os saberes…

Ali revelam-se apenas as emoções,
As boas e as menos boas,
Pois no Espelho do Infinito não existe o mal,
Tão-somente escolhas que se revelam certas ou erradas.

O maravilhoso Espelho do Infinito foi criado
Para saber se a tua alma e o teu espírito
Seguem de braço dado pelos trilhos da harmonia…

Só assim poderás contemplar nele um dia,
O mais puro reflexo da Vida:
A Poesia!

Serafins tristes

A rua vinha com gosto de brisa e desejo na vista,

Era de ir o tempo quebradiço,

Acolá foi desenhado a lápis, à mão

Após o depois, veio o agora com tinta

E um bocado de cor.

Só que impossível largar as lágrimas de cristais,

Os diamantes líquidos,

As sedas de prata

No transparente vidro de ar

Que não impede minha caminhada de quem

Flutua quando lê.

 

Pula debalde

Na esquina um alemão,

Noutra, eu,

Eu, um outro,

Nisto, estão

Estão, este pouco

E o mais de mim.

Sol e a Lua

Eu, e tu,

Partilhamos a mesma Lua.

Tu, e eu,

Adoramos o mesmo Sol.

Assim como a  Lua,

Tal, e qual como o Sol.

Tivemos direito a uma dança,

Uma dança onde o ritmo é marcado pela música da vida.

A dança dos desencontros.

Onde tu, e eu,

Onde eu, e tu,

Abraçados não nos tocamos.

Distantes não nos esquecemos.

Porque partilhamos a mesma Lua,

Adoramos o mesmo Sol.

 

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