Dentro de mim

Dentro de mim existe esta casa

Cheia de comodos empoeirados

De lembranças penduradas pelas paredes

Ouço alguns sorrisos as vezes

Ecos que perdem-se por estes corredores desertos

Alguns lamentos teimosos, forçam a entrada

Insistem, querem ficar

Sentam-se a mesa ainda posta

E fartam-se diante desta fraqueza que existe em mim

Dentro existem quartos e salas entulhadas de passado.

Teimosa insisto neste acúmulo

As vezes tento tirar pra fora o que é desigual

Mas desisto.

Em nome do Pai

O caminho da janela se deitou em minha vida

E as flores deste chão cicatrizaram as feridas

Diz a hóstia, diz o dízimo, diz a virgem imaculada

Que se deita em sua cama, que te ama e não diz nada

 

As crianças quando dormem sentem medo do escuro

Como pesa a consciência noutros jogos do absurdo

Falam na obediência de um deus desconhecido

Que se conta nos salvar colocando-nos em perigo

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