Irmão

O meu irmão mora em mim,

Fala comigo sem me falar.

Abraço-o sem estar aqui,

Faz-me rir, faz-me chorar.

 

Se calhar tu não sabes,

Mas foste tu que me salvaste.

Que eu não acredito em milagres,

Mas a verdade é que mudaste.

 

 

 

 

Eu e os meus poemas.

Eu, e os meus poemas,

Partilhamos uma ironia.

A vontade de ser felizes,

Na tristeza que nos unia.

 

Gostava de ser feliz,

Mas não sei o que fazer.

A minha felicidade é uma raíz,

Que um dia vai crescer

 

Encaixa que nem uma luva,

Esta ideia que eu passo.

Que depois muita chuva,

O sol não brilhasse.

 

Compras no Shopping

Compras no Shopping

 

O mundo social do lado de fora da sua casa está desmoronando.
O cheiro de cadáveres no saguão dos aeroportos é confundido com perfumes caros e desodorantes baratos.

Na TV o apresentador em visível depressão, mostra corpos cobertos.
Ele se esforça, mas não convence ao tentar esconder os rios de sangue e lama tóxica.
E o povo tenta não entrar em depressão fazendo compras no Shopping.
 

Eu e tu

A felicidade do sol nascer dentro de um copo de vinho
um ombro inventado que me ouve a voz de fundo alerta
Um rabisco infantil livre na esperança perdida no caminho
morre de sede no meu gosto que foge pela brisa da janela
tua...

A tua casa cheia de gente minha onde o balanço é pouco
Aconchega-me a alma fugidia em abrigo do lado oposto
faltas-me tu e o resto teu que nao sou e me torna louco
cola-me nas costas do destino um papel a dizer eu gosto
de ti...

Sempre...a para sempre

Sempre …e para sempre
 
me sentirei consolado
 
quando neste poema
 
tua existência feliz
 
em meu ser silenciosamente
 
adormecer
 
emprestando-me um abraço
 
estrito e sem mais limite
 
tão docemente profilático
 
 
Sempre …e para sempre
 
encontro-te de certeza
 
ali me devorando

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