O Pesar

Os sinos soam ao ritmo caraterístico do momento.

Ouvem-se cânticos tristemente arrastados

Pela controversa liberdade do vento,

Conversora da Dor em soluços abafados.

 

O Luto dirige-se para o jardim

Das flores alvas e petrificadas,

Onde encontrará o eterno Fim

Das almas para sempre recordadas.

 

Os Céus de Dor carregados

Soltam lágrimas abraçadas

Aos rostos destroçados.

 

A gaivota assiste à revolta do Mar

E grita pelas almas mergulhadas

No eterno labirinto do Pesar...

Última fascinação

Envolvo-me em teu fogo
 
coberto de lavas incandescentes
 
tropeço no magma que geme
 
ardente encosta abaixo
 
percorrendo teu corpo audaz
 
em migrações tão loucas
 
afogando-me
 
com aquele ópio com que
 
perfumas todas as saudades
 
onde moram nossos felizes assédios
 
 
Fascina-me esta noite
 

Esses costumes

Acostumei-me às propostas
 
deste destino tão fiável
 
que nos acontece assim
 
esquivo, suspeito
 
desorganizando-nos insaciáveis
 
 
Não quero mais que as manhãs
 
se escondam lá no arquivo
 
dos teus céus azuis
 
onde adormeço feliz conciliável
 
Quero somente
 
embaralhar-me nos teus braços
 

Pages