Fui levado a pensar que deusas

eram mera fantasia

Eu sou infinito
Perante a eternidade,
Finito quanto à idade,
Na carne... circunscrito!

Sou razão estatística,
Gêmeo diante de mim...
Sou lama e sou jardim,
Probabilidade metafísica!

Sou tempo atemporal,
Astro do bem e do mal,
Solo de profundas raízes...

Sou amor... sou ódio,
Sou vexame e pódio,
Ferida aberta... cicatrizes!

De Ivan de Oliveira Melo

Eu sou infinito
Perante a eternidade,
Finito quanto à idade,
Na carne... circunscrito!

Sou razão estatística,
Gêmeo diante de mim...
Sou lama e sou jardim,
Probabilidade metafísica!

Sou tempo atemporal,
Astro do bem e do mal,
Solo de profundas raízes...

Sou amor... sou ódio,
Sou vexame e pódio,
Ferida aberta... cicatrizes!

De Ivan de Oliveira Melo

Eu sou infinito
Perante a eternidade,
Finito quanto à idade,
Na carne... circunscrito!

Sou razão estatística,
Gêmeo diante de mim...
Sou lama e sou jardim,
Probabilidade metafísica!

Sou tempo atemporal,
Astro do bem e do mal,
Solo de profundas raízes...

Sou amor... sou ódio,
Sou vexame e pódio,
Ferida aberta... cicatrizes!

De Ivan de Oliveira Melo

Nascem petalas nas costas do tempo
gritos de cor queimam socalcos do chão
em piruetas de sonhos cala-se o lamento
murmurado nos passos lentos da procissão.

Os rostos escondidos sob o véu do medo
criam sombras bailarinas à luz das velas
olham os céus e pedem-Lhe segredo
erguem os corpos sobre o peso das mazelas

Misturam nas lagrimas as tintas da vida
e pedem por si e pelos outros que não estão
pedidos pequenos de esperança perdida
pisam sem pressa os socalcos do chão

Eu sou a árvore 
em cada Primavera que passa
renasço, 
crescem-me as folhas
rebentam os primeiros frutos

Menino, meu rapaz, meu companheiro, 
em cada foto minha 
revejo-te sempre em mim 
quando o passado é a voz rouca
e o futuro traz saudade 
e além, naquela mesa velha, 
vem senta-te aí 
são as ervas e os licores 
que nos haverão de aquecer 

O silêncio 
é a música dos apaixonados
a magia dos sonhadores
a fuga dos desamparados
e o tributo dos pecadores