Dança do amor

Sob o pano a luz brilha quase sem se ver
ao longe passos de tango batem no chão.
E o angélico perfume daquela mulher...
dançando no decote ousado da canção.

Alvorada e ainda saias rebeldes na rua
violinos que gemem sem voltar atrás.
A flor perfumada brilha ao som da lua
sopra o vento ofegante no peito do rapaz.

O som do piano que dança com ela
as palmas de costas deitadas no chão,
fingem as mães não ver e sorriem à janela
na percussão vibrante do bater do coração.

Porto de abrigo

Porto de abrigo
Sou um barco há deriva no mar
Há espera de te encontrar
Quero no teu cais atracar

Porto de abrigo
Guia-me com o teu farol
Ilumina com o teu brilho a escuridão
Sé o meu sol

Porto de abrigo
Aconchega-me nos teus braços
Juntos, conheceremos a felicidade
Se o apoio dos meus passos

Porto de abrigo
Contigo quero dividir
Tudo o que a vida tem para oferecer
Em todos os momentos a tua presença quero sentir.

A necessidade que tenho de ti

Nem os brilhos da multidão conseguiram
Enfraquecer a necessidade que tenho de ti
Será culpa desta singular saudade
Ou dos excedentes do desejo que senti

Numa inesperada comunhão quase perfeita
Congregou-se nosso ser
Libertando fragmentos de felicidade
Numa divina serenata ao prazer

Que se da minha vontade dependesse
Jamais conheceria outro resultado
Senão aquele em que tu simplesmente
Estarias ao meu lado

Encantamento

Feri minha poesia
 
com overdoses extemporâneas
 
de desejos satisfeitos e insinuantes
 
egocêntricos
 
jubilando pelos teoremas
 
do tempo vadio
 
temperalmente tolerantes
 
nutrindo-te num sopro
 
de vida sempre mais possessivo
 
regenerado e tão expectante
 
 
Roguei ao teu sumido
 

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