No curso dos ventos

Invade meus labirintos
 
espreita-me debaixo
 
dos lençóis solitários onde
 
me escudo faminto
 
visionando todas os teus
 
mais secretos e flagelados sonhos
 
 
Cobiça-me fervilhante
 
ante a noite inóspita que
 
me acendes de expectativas
 
rejuvenescidas e tácitas
 
quando nossos seres apetecidos

Folha nua

no negrume da noite
uma página... espera
em silêncio
 
sôfrega por
letras
palavras
frases
ou mais
 
e ali permanece
invisível na sua existência perturbadora
 
concentro-me
mas sigo imóvel
não vou longe
 
escrevo
anoto
 
palavras confusas
  desfiguradas
 
a pena falece
 

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