Para te ter

para te ter
pensei um dia
mudar os hábitos
e a alegria
a forma de ser e estar
desobedecer-me sem pensar
 
para te ter
perdia amigos
enterrava os planos
em jazigos
esquecia como é bom sonhar
só para ao teu lado poder estar
 
mas...
 
então descobri um dia
que para te ter basta ser

INTEMPORALIDADE

INTEMPORALIDADE

As minhas palavras jazem jogadas, rasgadas no chão.
Escombros em papel amarrotado com letras rasuradas,
borradas talvez por lágrimas caídas por desilusão.
Tristes e carentes como esta poesia insuficiente,
que não disfarça as frases gastas, desequilibradas,
sem rima, de alguém desinspirado só e penitente!

Irreverências

   Reparto entre ti e mim
 
cada instante da alma
 
agasalhada na monotonia
 
dos dias
 
 
   Pressinto assombrosos estados
 
de tua súbtil presença
 
escolho a absoluta e solene
 
irreverência das tuas
 
catedrais e fecundas existências
 
assim como
 
acontece e dilui em paz,
 

Tudo o que posso dar...

Tudo o que posso dar...

 

Empurro a custo as palavras com a pena,

Na sentida dor de não mais as decorar...

Borrato de tinta o papel em noite amena,

Com a esperança de a ti poder chegar.

 

E nelas ponho sentimento tão profundo,

Que espelham bem no fundo do meu ser,

Tudo aquilo que mais anseio neste mundo,

A alegria imensa, intempestiva, de te ter.

 

E se for preciso emprestar de mim,

Para que a vida nos possa vir a sorrir,

Tudo e bem mais daquilo que posso dar...

 

Correrei atrás dos sonhos sempre assim,

Enquanto eles nos possam fazer sentir,

Que o amor pode estar prestes a chegar.

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