Cordel do calote

Cordel do calote

 

Digo-lhe governador

Que o seu choque de gestão

É um desastre, é um horror!

Sua administração
Nociva é ao trabalhador

Também à população

É um péssimo gestor!

 

Salário é um bem sagrado

Mas não paga os servidores.

Também tem caloteado

Privados fornecedores

As diárias dos soldados

Rescisão dos Professores.

Grande estrago fez no estado.

 

E agora nos afronta

Com pacote de maldades.

Você é quem estourou as contas

Fez vossas iniquidades.

E maldosamente aponta

Que toda a sociedade

Pague os custos dessa monta.

 

Os outros sempre a culpar

Marca é do governo Richa.

Povos esta a solicitar

Richa deixe já de rixa.

Foi eleito pra governar

Ainda não caiu a ficha?

Comece as contas pagar.

 

Não seja um embusteiro

No estado um grito desponta.

Cadê o nosso dinheiro?

Richa deixe de afronta

Brada o Paraná inteiro

Beto pague já as contas

E não seja caloteiro.

A sombra

Na ausencia da sua sombra
oculta o segredo iluminado
dança na luz tenue da rua
suspenso gesto de magia.

Sob o cheiro azedo da espinha
conduz o gato preto que mia
nas curvas graves da melodia
da lata que rebola no beco.

O homem mero vulto disforme
deixou a sua sombra sozinha
aventura-se no portal entreaberto
através da alma da sardinha.

Algures afogada no mar alto
quase morta  ao lado da lua
nas escamas sob o sapato,
já no outro mundo e sozinha
a sombra devorou o gato.

Sem o coração querer

 
Ainda era cedo para a partida
mas partiste,
sem liturgias nem palavras
por revelar
deixaste-nos um vazio
sem hora de encontro
nem lugar para despedida
 
mas partiste...caminhando e semeando
nas quatro estações do amor
um abraço
que nunca te dei...
uma lágrima triste que solitária,porém
entoa um hino
às nossas memórias,como anjos
que saiem pelo infinito céu,

Pages