Rua da solidão

deambulo pela rua
à procura da razão
desse amor que me trucida
que me trespassa o coração.
 
dou comigo perdido
em estradas sem saída
em caminhos cruzados
nas ruas da minha vida.
 
empedrados já gastos
por uma grande ilusão
pelas vidas passadas
por quem se esconde da solidão.
 
tanta amargura há em mim
que agora já não tem cura
e sem destino nenhum

A minha ferramenta

Eu pego na minha ferramenta, o meu lápis ou caneta. Escrevo ou risco, como melhor se assenta. Na folha branca que carece de tinta, onde o tema se assemelha; à não, violência no Mundo. Mesmo naqueles dias tempestuosos, sem vontade; da minha liberdade se exprimir em pensamento. Gasto tinta que tenta embelezar as amargas acções; desumano e monstruoso. Desenho balas fictícias. Não mancho as minhas mãos; de sangue real. Eu pego na minha ferramenta, a minha arma; o meu lápis ou a minha simples caneta.

PASSADO.

PASSADO.

Existe terra a amar,

Existe vida a exaltar,

Existem eras a viver,

Existe o campo a andar.

Somos, seremos algo que viveremos

E continuaremos,

A viver, sonhar e cantar.

Hoje em dia,

Simplesmente somos o que não fomos,

Pensamos onde no ontem não elucidamos,

E assim,

Aprendemos a amar,

PALPITE

PALPITE.

Falar em sentimento,

Senti-lo no coração,

Não vós sabeis,

Quão demagogia existe?

Neste acalento que faz tremular,

Minhas palavras escoam,

Como voam as andorinhas.

Oh! Que dizer em terra melodiosa,

Que em simples soneto,

Mostra teu sentimento,

Mostra tua solidão.

Sabereis um dia,

O claro caminho negro.

O CLARO CAMINHO NEGRO.

Ao sol da meia-noite,

A lua diurna toda vistosa,

Fazendo rima as estrelas,

Que se diz arranjo noturno.

O comparar vital negro,

Deliciando-se no campo celeste,

Voltado ao sol noturno,

Dizendo-se crenças roladas,

E que até hoje,

São escurecidas pela lua.

Todos somos, o sol e a lua,

MENSAGENS

MENSAGENS

Estes olhos mensageiros,

Pequenos nas grandes interrogações,

Que em mergulhos profundos,

Fazem com que nasçam,

Em mim, muitas indagações.

Eles que trazem a si,

Toda beleza, coesa natural,

Que enchem de água os dias,

Nos quais, se sente sozinha,

Em um mundo incerto como tal.

Introspecção incerta ao ego,

SONHOS APAIXONADOS.

SONHOS APAIXONADOS.

Vivi sonhos apaixonados,

Que na estrada se desfez,

Como um farol iluminado,

Que se apaga na escuridão de vez.

Nesta estrada reta de curvas,

Com claras neblinas turvas,

Que em seu leito chora,

Durante a noite e toda hora.

Houve um desvio,

Por esse caminho tomei,

Como um desafio,

UM SEGUNDO.

UM SEGUNDO.

Deslizo com meus olhos,

Sua pele sedosa.

Sinto seu cheiro,

Arrepiando minha alma.

A sua fala,

È música em minha cabeça.

Ao toque sutil,

Meu coração estremece.

Esse sentimento entranha na minha vida,

Sem dissipar a energia,

Que habita em meu ser.

Quero ser o teu ser,

Folha Que Somos

No inicio nascemos... como a primeira folha risonha de primavera
obtemos o desgaste diário de quem sofre em paralelo ao vento e chuva das intempérias
Somos essa mesma folha... folha sofrida que chora mas também ri quando o sol a acorda
Folha que descansa em harmonia ao som de histórias e canções de embalar da noite
 
Vivendo tudo intensamente e absorvendo o dia a dia neste nosso verão
 mas sempre com medo do dia em que irá cair e descansar eternamente junto à raiz de sua mãe
 

Águas celestiais

 
Sou a rima imperfeita, 
desnorteada
sem rumo
sem eira nem beira
só alimentando cada dia
uma réstia de poesia
desinspirada, suspeita ,
apartada neste temporal
que a vida fragmenta e recolhe 
nos mananciais de águas celestiais
 
e entre todas as coisas nunca ditas
hoje ainda me revela
como viver em tudo que se sente,
no tanto que minha alma 
assim carente tudo de ti entende

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