Ontem olhei pela janela

Ontem olhei pela janela
E, de passagem, vi a vida...
Que transeunte imagem bela:
Cheia de pressa, mas intensa;
Perdida na pertença
Da sua própria remessa apressada.

Agora, olho este pensamento
de ter olhado anteontem,
E, num turbilhão de sentir,
Percebo que sou o seu chão.
E ela,
Perdida na pertença
Da sua própria remessa apressada,
Segue assim,
Sem olhar para trás -
E marcando o meu escudo de carne e osso -
O tempo, que quando passa jaz.

Aconchegado

Era toda minha
esta felicidade incrível
restando-me contemplar-te
impassível na grandeza
do teu sim
mascarado em breves tons de jasmim
e aí foi quando me aconcheguei
nos braços teus
e dei por mim perdido assim
 
fitando impávido da janela
os pingos da chuva cair
doarei à pele o súbito
e vadio poente
que baniste dos nossos sonhos
 
e ao bramir de cada canto

Superação

Livrei-me de tudo o era saudável
 
arrastei-me doente, carente
impotente no vazio dos grandes
planos que ficaram por concretizar
derrubaram-me a autenticidade
clamei voraz com todos
 
os gritos da voz doendo
além do que a dor suporta
 
atormentam-me as horas vagas…vazias
puro egoísmo cancerígeno
sei lá, amigo meu
apetece-me ir embora
esvaziar-me do passado

Quero Conquistar o Teu Céu

Busco no teu olhar,
Uma nova canção.
Quero-te beijar,
Mas não tenho permissão.

 

Tento-te entender,
Sem sequer falar pra ti.
Tento te trazer,
Mas o teu lugar ainda não é aqui.

 

Mas não consigo desistir,
Queimar o futuro onde já te pintei.
Entrei e não consigo sair,
Gosto de ti mais do que pensei.

 

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