Os teus olhos

Adoro divagar nos momentos em que cai chuva

Correr pela cidade e só conseguir, pensar em chegar

Comer uma fatia do doce, que cozinhaste de sabor marouva

Juntar-me ao teu corpo carente na cama do teu lar

 

Noite calorosa e forte que arde em chama

Fazes-me viajar no tempo, na máquina da paixão

O beijo do desejo completo, inicia combustão depois a chama

O segredo fica bem guardado, até ao fim da missão

 

A tua felicidade consegue preencher, todo o meu peito

O tempo que seja pouco vale toda a minha vida

A tristeza não espera

A tristeza não espera
 
E a paz pensamos
poder alcançar
se não houver de todos
um mútuo comprometimento
apenas restará estendido
no labor dos dias o egoísmo 
a crueldade tecida então 
em brados insanos 
cuidadosamente embrulhados
na réstia de esperança
exposta a este tempo inclemente
que porém ainda se aventura
clamando exausto no tempo
sustentado nas profecias

O BRUXO

Eu sou o vetusto mago
Que nas medievais histórias,
Desejou com seus feitiços
Jamais fugir das memórias;
Com suas palavras mágicas,
Seu místico caldeirão
Causar terríveis assombros
À descrente multidão!

Eu viajo pelos ares
No dorso de meu dragão!

Em meu castelo em escombros,
Pelas trevas envolvido
Sou arisco e arredio,
A luz da aurora me enfada,
Eu sou igual aos devotos
Que enxerga a glória no nada.

Às vezes, troco beijinhos
Com Dafne – a linda fada!

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