A Resma do Povo.

Nas ruas, o silêncio das cicatrizes.
No banco dos réus
Os miolos aprendizes. 
Leis, prévias...
Doutrinas e diretrizes.
Os homens da Terra ruíram demais
Trouxeram suas armas na busca de paz
Mas ontem e hoje,
Ontem e hoje
A guerra derruba e não satisfaz!
 
Aos tristes fatos ocorridos: Piedade aos atingidos. 
Aos diversos conflitos religiosos
Diversos corações partidos. 

Deusa Carnal

Deusa carnal      

 Nas tuas mãos
 seda e cetim,
 meu corpo urge
 deslumbrado,
 pelo teu peito suado,
 colado em mim.

 Pacto de almas
 vinho e fermento,
 frágua que aflora
 tempo sem hora,
 de pomo carnudo
 em mosto sumarento.

À IGREJA DA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, EM CAMPINAS

Salvo meus passos silentes
Pilhando ao léu suas escadas
Em busca dos penitentes
Tão frementes,
Tão frementes junto ao nada.

O nada eu via defronte
Aquele pórtico belo,
Mas surgia em minha fronte
Uma ponte
Uma ponte de desvelo.

E, sobre a fé eu andava,
Adentrando o alvor latente,
Meu silêncio qual aldrava,
lá chamava
lá chamava o onipotente.

Eu ressurgia do fosso
Ajoelhado no altar,
Prostrando ao chão meu pescoço
De remorso,
De remorso a murmurar.

Deuses

deuses brincam
envoltos em linho branco
 
o carrocel gira vertiginosamente
no eterno mundo humano
 
e gira
até ao zero
ao infinito
 
o omnipresente observa
 
então os deuses,
na sua sabedoria intemporal
limitam-nos
nas nossas acções . palavras . pensamentos . emoções
 
e continuam a brincar
rindo desesperadamente

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