MARCAS DO TEMPO
Autor: SELDA KALIL on Wednesday, 5 November 2014Marcas do tempo
Marcas do tempo
escrevi no céu
a palavra saudade
esqueci-me que não era um sentimento só meu
mas sim algo que se sente de verdade..
desenhei com a ajuda das estrelas
um eterno abraço
recordando quem está perto delas
mas só à distancia de um passo
do meu pobre e dorido coração...
quis fazer um hino ao amor
mas fiquei muda, com a emoção
porque em mim só existia a dor
que era alimentada pela recordação...
fechei os olhos e senti
que a saudade estava ali tão perto
de repente até me esqueci
Ancestralidae-Mulher
Vem de longe, Mulher, a tua história!
Da alvorada do tempo, em expansão.
Entre feras e medo e ramaria,
Foste fêmea e mãe, na escravidão!
Sob malvada e besta tirania
E a coragem ocultada em mansidão,
Ousaste Mulher! Com sabedoria.
Sobreviveste pela força da razão !
Hoje, a tua voz inda é calada
Por forças obscuras, de olhar de breu.
Tua vida, comandada, aprisionada...
Desse tempo ancestral, dessa alvorada,
Girou o sol e a terra engrandeceu !
Só a mente d' alguns ficou parada !
Procurei-te nas noites de insónia,
Quando na memória,
Vagas,
Apressadas,
Passavam desvairadas,
As imagens;
Procurei-te no silêncio das madrugadas,
Quando derrotadas,
Ôcas,
Destroçadas,
As esperanças sucumbiam,
Às imagens;
S E X O
-
S_eguramente você veio ao mundo através dele
E sem dúvida, é um dos melhores prazeres da vida
X é uma letra pouco usada? Mas não é no sexo
O_rgasmos 5 vezes por semana cura qualquer depressão
REDE GLOBO
Parece que a minha alma não cabe em mim, eu sinto isso e não é de hoje. Meu estômago é maior do que eu. Minhas ambições não são particulares, nem tenho um sonho só pra mim. Não consigo ver gente que gasta 10 milhões numa pedra de diamante, numa propaganda na TV, enquanto eu vejo crianças nos lixões. Eu não consigo sentir a mim apenas, sinto a mim e mais uma nação.
Ao Cais
Quase toda tarde eu vou ao cais. Pra nada, pra ver os barcos, contemplar, meditar, limpar a mente do barulho das ruas. Há tantas histórias no cais. Barcos que nunca saíram do cais, barcos que nunca voltaram. Histórias de pescadores, cheiro de peixe, maresia, barcos fantasma que rondam o cais de madrugada.
O cais é um lugar peculiar, frequentado por gente sem identidade, sem rótulo, sem amarras, sem âncoras. Compositores, escritores, músicos, poetas, marinheiros, o engravatado que comprou seu primeiro barco. Madames que morrem de medo de água e não sabem nadar, nem confiam nos coletes salva vidas.
Há uma atmosfera incrível no cais, um misto de assombroso e sereno. O cais é um lugar perfeito pra quem tem uma mente tranquila, mas tem a alma explosiva.
A ESTRADA DOS VAGALUMES
Tu és uma prisioneira do passado
Arrastando consigo o medo equivocado
De amar e não querer romper as fronteiras
Que trancou o seu coração entre mil barreiras.
Veja os vagalumes que no escuro brilham;
Sem perceberem que suas vidas centelham
Clareando a estrada na escuridão noturna
Valorizando a felicidade como se fosse uma fortuna.