Bem-Vindo, Novembro.

Bem-vindo, novembro.
Seja muito bem-vindo!...
Do meu calendário tu és mais um membro.
 
Veja, no meu rosto ainda há um sorriso
E ele é da poeira do que eu sou.
No meu corpo ainda há movimento!
E sei que algo ainda me restou. 
 
O teatro prossegue...
Os elos permanecem. 
E mesmo que a maioria já tenha desanimado
Foi pra isso que os meses foram inventados!

Gosto Dos Teus Olhos

Sempre que fito os teus olhinhos maviosos,
De cujo encanto não me sei desenlaçar,
Sinto ternos desejos sequiosos,
De em mil laços de amor os enlaçar;

Mas quando lanço os laços de os laçar,
Eles lestos desviam caprichosos,
As minhas ânsias de os entrelaçar,
Aos meus ávidos desejos buliçosos;

E quanto mais de mim eles se esquivam,
Mais deles me enamoro e mais se avivam,
Os meus anseios de atrás deles só correr;

Para Nunca Mais Me Enamorar

Para nunca mais me enamorar,
Arranquei de mim o coração;
E para eternizar a separação,
Joguei-o para o fundo do mar;

E sem ele eu agora vou reinar,
No lúbrico mundo das paixões;
Vou enlouquecer corações,
Sem medo de me apaixonar;

Nunca mais arderei na chama,
De um amor não correspondido;
E será sempre bem respondido,
O apelo de quem diz que me ama;

Espinhoso Temporal de Mim

Outra vez o mar em sobressalto
inquietação que se abeira do abismo
nas lonjuras apaziguadoras do mar alto
que perco na longitude com que cismo.

Outra vez o céu negro, chuvoso e frio
outra vez a densa enxurrada de lama
na alagada existência que me chama
escorrendo tensa pelas margens do rio.

Obra de Génio

Obra de Génio
 
Será para sempre meu
este verso prometido
quando se materializar todo o milagre
resgatado entre as preces compelidas
e implementadas no refúgio 
da nossa voraz e impaciente despedida
aqui abandonada 
sem ter mais aquele teu
perfil como cortesia
nem adormecer sózinho sem mais
aquelas tuas apaziguantes fantasias...
 
Rasgo a terra com o arado
desta poesia galvanizada 

Pages