Gosto Dos Teus Olhos

Sempre que fito os teus olhinhos maviosos,
De cujo encanto não me sei desenlaçar,
Sinto ternos desejos sequiosos,
De em mil laços de amor os enlaçar;

Mas quando lanço os laços de os laçar,
Eles lestos desviam caprichosos,
As minhas ânsias de os entrelaçar,
Aos meus ávidos desejos buliçosos;

E quanto mais de mim eles se esquivam,
Mais deles me enamoro e mais se avivam,
Os meus anseios de atrás deles só correr;

Para Nunca Mais Me Enamorar

Para nunca mais me enamorar,
Arranquei de mim o coração;
E para eternizar a separação,
Joguei-o para o fundo do mar;

E sem ele eu agora vou reinar,
No lúbrico mundo das paixões;
Vou enlouquecer corações,
Sem medo de me apaixonar;

Nunca mais arderei na chama,
De um amor não correspondido;
E será sempre bem respondido,
O apelo de quem diz que me ama;

Espinhoso Temporal de Mim

Outra vez o mar em sobressalto
inquietação que se abeira do abismo
nas lonjuras apaziguadoras do mar alto
que perco na longitude com que cismo.

Outra vez o céu negro, chuvoso e frio
outra vez a densa enxurrada de lama
na alagada existência que me chama
escorrendo tensa pelas margens do rio.

Obra de Génio

Obra de Génio
 
Será para sempre meu
este verso prometido
quando se materializar todo o milagre
resgatado entre as preces compelidas
e implementadas no refúgio 
da nossa voraz e impaciente despedida
aqui abandonada 
sem ter mais aquele teu
perfil como cortesia
nem adormecer sózinho sem mais
aquelas tuas apaziguantes fantasias...
 
Rasgo a terra com o arado
desta poesia galvanizada 

MINHA VIDA EM VERSOS

MINHA VIDA EM VERSOS

Como ondas do mar às vezes sem lugar
Destravada e com trejeito rezo meu terço
Vim do sertão e dos matagais sem berço
De bem com meu canto, credo e tradições

Nas minhas genéticas obscuras sem conexão
De professor adotei a vida informal
Através dos cantos e das almas sofridas
Dos louvores e das labutas de vida.

Nas minhas andanças de tempo criança
Da vida extinta sem abraço e sem afago
Solta no mundo vivendo o perigo dos náufragos

Longa Jornada

Minhas ambições na inglória luta enterrei,
Na inglória luta afoguei minhas paixões;
E naufragado em oceano de ilusões,
Lanço-me à bóia que eu próprio soterrei;

Os meus caminhos nunca os descerrei,
Neste emaranhado de desilusões;
Sem rumo certo ando aos tropeções,
No labirinto onde há muito me encerrei;

E assim para fugir a este infausto destino,
Procuro com um ímpeto ferino,
Um novo mundo para me albergar;

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