AQUELA MANHÃ

naquela manhã

em que o teu corpo me deliciou

em que o teu silêncio me saciou

a evidência do teu desejo

aflorou a minha pele

num inevitável devaneio

senti o sabor do teu beijo

envolvi-me na delicadeza

suave dos teus abraços

senti o teu fulgor nos meus braços

o teu corpo sobre o meu

REENCONTROS E MEDITAÇÃO

REENCONTROS E MEDITAÇÃO

“POEMAS DE PALAVRAS RASGADAS”

"Poemas de palavras rasgadas! Escrever um livro é um parto, lê-lo é vivê-lo e, com isso, envelhecemos a palavra e envelhecemos nas palavras; morremos aos poucos nos livros, mas assim nos perpetuamos literariamente. As palavras rasgam o silêncio e transformam-se, espraiam-se nos sentimentos em ondas de prazer castos e puros decantam-se na maresia do sonho….. no sonho do poeta.

Amar só é sublime se o for num poema, porque o é para sempre, e não se perde nos beijos por dar quando do sonho se acorda".

Partida

" Partida...
Estou de partida...
Partida para aquela mudança
Sonho...
Onde o tempo passa devagar
Onde a estrada convida ao passeio
Onde o silêncio é companhia e serenidade
Onde a lua visita pela janela e vela o sono
Onde corro atrás das borboletas e tropeço no pedregulho
Onde como fruta da árvore nos campos dourados
Onde ouço nos prados a sinfonia dos pássaros todas as manhãs
Onde vejo as estrelas no infinito brilhar
Onde eu volto
Onde eu começo
Onde sou livre
Onde sou feliz "...

Lágrima...

" Lágrima...
Como é fácil deixar ser enganada
Achando que não causasse dor
Acreditando no real, no perfeito, no sonho
Naquela paixão sem defeitos
Apenas enxergando com as janelas da alma
O que os meus olhos viam
Sentindo em mim aquele amor
Pulsando como a força do vento
Sempre que por ti respirava
De repente tudo mudou
Descobri que nada era real
Da bonança virou uma tempestade
E a dor instalou-se e devastou
Fez um estrago no meu coração
E o que era amor virou lágrima de dor

Esquecer...

" Esquecer...
Como esquecer
Se no descortinar da noite
Vejo o teu sorriso no brilho das estrelas
Quando toco o mar com o meu olhar
Escuto a tua voz que emerge da rocha dura e negra
Como esquecer
Se em mim mora um jardim
Com suas flores ensemble dos teus lábios
Como esquecer
Se a solidão me faz poetisa
E na minha poesia
Mora saudade
Como " ?....

O guerreiro dos afetos

Visto a capa do guerreiro dos tempos
Empunho a espada dos abraços
estratégia de guerra nos sentimentos
procuro-me na derrota dos estilhaços!

Monto um puro alazão já morto
Outrora alado guia-me na batalha da razão
serei meu vencedor na dor que não suporto
Apontarei aos céus a vitoria do perdão!

Partilharei com os vencidos a conquista
Serei servo da derrota e vencedor
serei imortal na pedra do alquimista
Nesta irmandade será minha a tua dor!

Quarto minguante

Quarto minguante
 
Sei afinal 
porque sonhava
representando esta
febril eternidade a cada momento...
nada é mais
que um afecto desmedido
profundamente a ti convertido
sem mais lamentos
que a dor já esmiuçou
porque hoje não sou mais minguante
rasgando teu relevo no tempo
de quarto em quarto
perdido na rosa dos ventos
deixei somente de ser lua
que a nua palavra minha testemunha

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