Relevos do tempo

Relevos do tempo
 
Estarei sempre atento
aos teus lentos crepúsculos
falarei apenas 
o que tiver pra falar
medindo na esquadria dos tempos
qualquer verbo inacabado
numa simples subtracção
de um legado
que se esconde ilibado
pelas ruas dos nossos
sonhos amargurados
 
Estarei sempre seguindo
em todas as tranjectórias hoje assumidas 
a benevolência premeditada no coração

Nessa Tarde Estou Vivo

Na tarde em que as toalhas se sacodem
Penduradas no varal 
Erguido pelas taquaras
E as plantas, todas agitadas, sobrevivem no escaldante...
O céu branco.
Carroças e andarilhos vagando adiante. 
Seres vivos, mochilas e objetivos.
Nessa tarde, eu vivo!... 
Nessa tarde estou vivo...
Sem muita pressa,
Pressa agrava a incompetência.
Com tardes assim que eu convivo
Um dia assino minha independência.

O Jogo De Vidas

O jogo de vidas
É um jogo jogado sério.
O ciclo do tempo
É o mesmo em qualquer hemisfério... 
 
É o caos urbano. 
É o ser humano. 
É o esquecimento. 
É o adultério. 
 
Moça bonita do olhar aflito
Rosa abatida nesse jardim tão maldito
Que nos últimos dias tem perdido tantas medalhas
E tantas lágrimas tem corrido. 
Que nos últimos tempos tem despejado o coração

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