Exploração

Alma acesa no oceano escuro,
agitado pelo brilho puro, 
naufragando na sombra eterna 
encontra-se a ilha deserta.
Estranha a areia que pisa,
nos pés os algozes que via;
Um autoexame de solidão,
ilumina as certezas de antemão
que outrora já fora explorado:
hora de analisar o naufrago.
 

Pergunto à morte

Sobre como será a minha morte?
Prefiro pensar como doerá,
sucumbirei sozinho e sem suporte?
Ou será que dormirei numa cova?
Será então que o pessimismo some?
E não mais escreverei sobre a póstuma
asneira já então lida com porre?
Na garganta nós tomaremos a hóstia
engolida na língua do pecado? 
Só espero, enfim, respirar a opaca,
vil, maldita e sórdida dona morte.

 

Desafio

Temos agora um novo desafio,
será mais difícil do que já é.
Estou certo nas minhas convicções,
mas também tão perdido.
A aurora da minha vida é agora,
levanto dos ossos destroçados
para enfim viver com mais fé.
Estava morto e inerte na cova,
confortavelmente triste e só,
agora arrepiado na vivaz
aurora da minha história.

ASTRO AZUL

 

 

 

na veemência do verbo

que se faça vigorar uma benção

 

com esta deliberação:

-sonhar!   

 

fixando nas estrelas

a fonte de toda a paz

 

traçando meandros

e ensejos humanitários

 

determinando às hordas

que cumpram as leis do amor

 

e restituindo a esperança

ao nosso astro azul

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A doença da moral

Nem com um milhão de ensinamentos
pode-se morrer ligeiramente virtuoso.
A virtude sofre das mazelas do mundo,
decai sobre todas às almas pecadoras,
se corrói nas entranhas da matéria;
Como um parasita, suga o espírito.
A virtude enferma o homem doente,
o enfraquece com um suposto ideal.
Diria que a virtude é a doença sem
prognóstico, mas até estimulada
pela medicina: nossos valores morais.

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