Da brincadeira de amar

O desejo de amar faz do homem
um ventríloquo do mero acaso.
O peito pula e grita como lástima,
se preciso, queima a centelha
necessária pra se viver ouvindo.

O amor sacrifica o orgulho,
é uma liturgia dos antigos deuses,
uma espécie de velho augúrio:
Ritualiza o pecado e invoca
o sublime e puro bem-estar.

AMAVÉL SANTUÁRIO

 

 

 

fiel sacrário

 

templário sagrado

 

exotérico

 

não mais que isto

 

não mais do que seja

 

benfazeja consagração

 

sacro hinário

 

sacrossantos cânticos

 

santos encantos

 

para se louvar

 

no simbólico santuário

 

que em nós faz moradia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A internet matou a arte

A internet assassinou a arte,
deixou em seu caixão o resto,
largou suas flores do fim
no funeral da criatividade.

A internet negando o ócio,
promove o neoliberalismo,
estamos sumindo como pó,
e a revolta se tornando pop.

Tudo é toda uma mesmice,
não tem algo surpreendente,
velamos um passado familiar,
num eterno retro futurístico.

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