os cardos da memória
Autor: António Tê Santos on Sunday, 25 December 2022reflito nos vereditos que desaguam em tanta malevolência; que se inspiram na corrupção de muitos livros didáticos; que expulsam a ternura que aflora ao rosto dos homens.
reflito nos vereditos que desaguam em tanta malevolência; que se inspiram na corrupção de muitos livros didáticos; que expulsam a ternura que aflora ao rosto dos homens.
evito a poeira que flutua no ar para refletir no mundo e nas suas crises deprimentes; para rebater as suas misérias e os seus transtornos duradoiros; para divulgar as suas atrocidades.
O desejo de amar faz do homem
um ventríloquo do mero acaso.
O peito pula e grita como lástima,
se preciso, queima a centelha
necessária pra se viver ouvindo.
O amor sacrifica o orgulho,
é uma liturgia dos antigos deuses,
uma espécie de velho augúrio:
Ritualiza o pecado e invoca
o sublime e puro bem-estar.
A internet assassinou a arte,
deixou em seu caixão o resto,
largou suas flores do fim
no funeral da criatividade.
A internet negando o ócio,
promove o neoliberalismo,
estamos sumindo como pó,
e a revolta se tornando pop.
Tudo é toda uma mesmice,
não tem algo surpreendente,
velamos um passado familiar,
num eterno retro futurístico.