SEMPRE ESCONDI!

SEMPRE ESCONDI!

 

Eu sempre escondi

Os meus sonhos e ilusões

Dos sábios e entendidos

Daqueles que foram reconhecidos

Em estudos e tratados!

Eu nunca ouvi, nem aprendi

As moções e os elogios ensinados!

 

Eram minhas as razões

Deles a fanfarronice,

As mentes delirantes,

A tosca sapiência!

Eu só ouço a minha interioridade,

A voz que clama dentro de mim!

Se não fosse assim,

Eu estudaria nos mesmos livros

Sem tempo nem idade!

 

Da Estrada

Da Estrada

Onde vai dar uma estrada percorrida?
Milhas e milhas, com intensos combates
Estará a felicidade ali? No fim da estrada?
São apenas estradas entre outras estradas
Não há prêmio ou fortuna no fim da estrada
Não há vencedor no fim da estrada
Lá só há o fim dessa estrada
Quem sabe começo de outra estrada

Charles Silva - Textos

ESTE GOSTO AMARGO NA MINHA BOCA

Este gosto amargo na minha boca
Esta boca faminta e sem desejo
Este desejo de fugir da vida
Esta vida salsa e sem importância
Esta importância que tem a tristeza.

Esta tristeza de quatro paredes
Estas paredes azuis como o céu
Este céu que não é minha morada
Esta morada de vil solidão
Esta solidão própria do poeta.

Este poeta soez, sem a amada
Esta amada presente na saudade
Esta saudade que traz um alento
Este alento que se esvai com as horas
Estas horas de uma singela tarde.

Ressurreição (19-04-2014)

Estou aqui.
Ausente de mim.
Estou e estarei
Onde quer que a Vida me leve,
Onde quer que a Morte me entregue.
Estou presente e sem saber
Quem mais me vai ver
No final dessa linha
Que a minha vontade sublinha,
Que me faz olhar donde estou -
Essa linha do Horizonte que lá ao fundo resta,
Essa linha a que o meu olhar empresta
O presente e anseia paciente pelo futuro.
Estarei eu lá perto, seguro?

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