HERÓIS ESQUECIDOS

        HERÓIS ESQUECIDOS

 

Não vos louvo tão bem como queria.

Soldado, refugiado, bombeiro...

Heróis dos tempos e de cada dia,

Dais-vos em cada luta por inteiro.

 

Sois vós, heróis valentes e incógnitos,

De corpo a pedir-vos quietação,

Já doridos, suados e aflitos,

Persistis...com vigor , dedicação !

 

Nos, absortos em nosso comodismo,

Tantas vezes ingratos, insensíveis

Vivemos...e seguimos impassíveis.

 

E eu hoje esqueci meu egoísmo

Amante de pele nua

Nasce a espuma na boca do Sol da ternura,

navego o limiar do teu corpo

mais amante durante a cintilância da lua.

 

Rendo-me ao alfabeto de nexo desmedido,

rendo-me à desordem das ondas,

não posso não desejar

o desejo de jamais ter-te em mim,

desce porém até à argila húmida,

bebe-me a sede tão perdidamente sem nome.

 

E começa a minha mão a tocar-te

no fundo da vida,

Coração de Manteiga

Coração de Manteiga

 

O vento me empurrava, o tempo me cobrava

Não queria eu dar amor a ninguém, se não a mim

O vento me empurrava, o tempo me cobrava

Lutei contra o vento, venci

Lutei contra o tempo, perdi

Mas o tempo tinha um aliado

Contra mim se uniram fazendo-me recuar

O tempo tinha um aliado e eu não sabia

O meu coração de manteiga me derrotou

 

Charles Silva

Deixo esta Cidade

Deixo esta cidade,

Corro para ti.

Percorro curvas de saudade,

Vejo dores que nunca antes vi.

 

Não sei até onde ir,

Pareces distante demais.

Quero voar e quero fugir,

Ir contigo para onde vais.

 

Vejo o rio tão sossegado,

Penso como estarás.

Adormeço por um bocado,

Num sonho onde também estás.

Alguém Que Não Sei o Nome...

Olho para ti,

Sem que te possas aperceber.

Paro por ali,

Há muito mais para ver.

 

Nem sequer sei quem és,

Sei que me encantas sempre que passas.

Não falo, não te quero incomodar,

Quero ficar a ver, a observar, a sonhar…

 

Há coisas que não nos pertencem,

Mas quem me dera ter-te para mim.

Questionamentos

Voo por mundos fora,

Há procura do meu lugar.

Não há maior demora,

Que a de nos encontrar.

 

Às vezes chove sobre nós,

Molha-se o nosso olhar.

Às vezes cala-se a voz,

Que nos costumava chamar.

 

Tentamos ser heróis,

Mas somos simples mortais.

Não pensamos no depois,

E o tempo não recua, jamais.

Ausências

Ainda penso em nós,

Naquilo que costumávamos ser.

Ainda escuto a tua voz,

Apesar de já nada dizer.

 

O tempo não para de passar,

Não nos perdoa nem um segundo.

Já não há lugar para amar,

Neste tempo, neste mundo.

 

Ainda acordo com esperança,

Mas deito-me frio e sozinho.

Pensamento sem parança,

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