Dói-me
Autor: Gila Moreira on Thursday, 27 March 2014Dói-me a minha nuvem no teu desaguar,
onde as noites são infinitas
e as tardes eternas.
Vou voar com o vento e no céu tocar…
Gila Moreira
Dói-me a minha nuvem no teu desaguar,
onde as noites são infinitas
e as tardes eternas.
Vou voar com o vento e no céu tocar…
Gila Moreira
Beijar teu rosto ausente,
voar em liberdade no inferno do céu
é lacrimejar as minhas nuvens de dor.
Só me resta as estacas da saudade
que espetam em raiz crescente até á boca,
onde nenhuma palavra alcança o mundo,
mas mesmo assim grito o silêncio.
Gila Moreira 27/03/2014
Minha boca não saberá nunca
dizer adeus,
afinal eu ainda te amo.
Não foi este amor impossível
que eu queria,
esta distância eterna,
este exílio mudo,
esta solidão perpétua.
Procuro-te e invento o tempo,
o mar de sonhos,
o beijo presente,
o corpo movediço,
quente e
exsudado de prazer.
Agora o que de mim
HERÓIS ESQUECIDOS
Não vos louvo tão bem como queria.
Soldado, refugiado, bombeiro...
Heróis dos tempos e de cada dia,
Dais-vos em cada luta por inteiro.
Sois vós, heróis valentes e incógnitos,
De corpo a pedir-vos quietação,
Já doridos, suados e aflitos,
Persistis...com vigor , dedicação !
Nos, absortos em nosso comodismo,
Tantas vezes ingratos, insensíveis
Vivemos...e seguimos impassíveis.
E eu hoje esqueci meu egoísmo
Nasce a espuma na boca do Sol da ternura,
navego o limiar do teu corpo
mais amante durante a cintilância da lua.
Rendo-me ao alfabeto de nexo desmedido,
rendo-me à desordem das ondas,
não posso não desejar
o desejo de jamais ter-te em mim,
desce porém até à argila húmida,
bebe-me a sede tão perdidamente sem nome.
E começa a minha mão a tocar-te
no fundo da vida,
Coração de Manteiga
O vento me empurrava, o tempo me cobrava
Não queria eu dar amor a ninguém, se não a mim
O vento me empurrava, o tempo me cobrava
Lutei contra o vento, venci
Lutei contra o tempo, perdi
Mas o tempo tinha um aliado
Contra mim se uniram fazendo-me recuar
O tempo tinha um aliado e eu não sabia
O meu coração de manteiga me derrotou
Charles Silva
Deixo esta cidade,
Corro para ti.
Percorro curvas de saudade,
Vejo dores que nunca antes vi.
Não sei até onde ir,
Pareces distante demais.
Quero voar e quero fugir,
Ir contigo para onde vais.
Vejo o rio tão sossegado,
Penso como estarás.
Adormeço por um bocado,
Num sonho onde também estás.
Olho para ti,
Sem que te possas aperceber.
Paro por ali,
Há muito mais para ver.
Nem sequer sei quem és,
Sei que me encantas sempre que passas.
Não falo, não te quero incomodar,
Quero ficar a ver, a observar, a sonhar…
Há coisas que não nos pertencem,
Mas quem me dera ter-te para mim.
Voo por mundos fora,
Há procura do meu lugar.
Não há maior demora,
Que a de nos encontrar.
Às vezes chove sobre nós,
Molha-se o nosso olhar.
Às vezes cala-se a voz,
Que nos costumava chamar.
Tentamos ser heróis,
Mas somos simples mortais.
Não pensamos no depois,
E o tempo não recua, jamais.