A Maravilhosa Máquina do Tempo

O tempo jamais correrá, pois as horas em si não têm pés

Sua vida, seu sonho e o que mais bem quiser só dependem de seu caminhar

Não há nas certezas da vida, a vida em qualquer um lugar

Há traços, rabiscos, rascunhos em fim, há só fatos gravados em grés

 

Se crê que no fim vencerá, que teu futuro será um bom lar

As palavras, as frases e toda oração, serão teu conforto ao invés

Mas se crê em tua própria ambição como um sol que te guie através

Toda a luz e calor, todos os raios do sol se afundarão em poeira estrelar

 

Sem Título 57

Jamais te deves importar com a tremenda acção, música,
textura, ritmo, cadência, métrica, desenho, estética, género,
química, física, massa, espaço, tempo, contexto, situação,
rima, estrofes, versos entre outros longínquos atributos
perfilados da poesia, isso é muito e muito antes, logo
depois... cá e lá a bater-te em toda a dimensão do ser
fremente aqui e acolá... É cirúrgico futuro por vir, mas já
veio ao pensamento intemporal!

Sem Título 56

A loucura é tão inexpugnável o quanto lhe depositamos de
delírio e da clareza ante o preconceito renascer insana.
Existem loucuras na introspecção doutras loucuras!
As pessoas imaginam a imprópria loucura doutras loucuras
dentro da loucura movediça, mas a loucura também pensa
das pessoas! Se estiver do seu lado esquerdo adormeço, do
lado direito acordo, de trás desmaio, de frente salto, por
cima ilumina-me, por baixo obscura-me, no seu ventre
musical, sou a sua clave!

Sem Título 54

Após chutar a dita estética frágil
descreio na cega literatura violentíssima
para mim inexistente
– destrutiva, desfigurada, falecida, mas precisa!
Nem tampouco me comovem as contradições
d’arte emaranhada em muitos contornos decalcados
– um recalcamento absurdo, improdutivo, um salto num
vazio absorto…
renego-me profundamente… renego-me, renego-me!
aller à Rimbaud… … …

Desapareceste

De repente tu desapareces da minha vida sem mais nem menos. Não me deste um olá quando chegou e tao pouco tempo te despediste quando me foi embora.
Viraste o meu mundo, não pediste ordem para isso, não pediu sequer licença, apenas deixou minha vida de cabeça para baixo e foste-te embora, como um vagabundo que vira o lixo e sai andando... (comparação ridicula, porém verdadeira).
deixou-me sem entender nada, deixo-me com esse buraco enorme na minha vida, simplesmente DESAPARECEU...

Sem Título 50

Toco na harmonia do suspenso caminho
sei-me lamento pasmo rolado
em erupção paralisante.
 
Um passageiro muito só
que cai, desequilibra-se
no esquecimento indiferente.
 
É terrível não dar mesmo
encontro de mim.
 
Perco-me num denso escuro sombrio
onde as visões
que sublinho fatigado,
picam a esquecível memória
donde parto.
 

Pages