parto

vozes que batem na porta fechada, ecos devolvidos.
lamurias repetidas gastas do usar ja farto
outros sons ganindo que se misturam nos ouvidos
da mulher que geme espremendo o parto.
Pariu a luz, a estrela maior que lhe aponta o caminho
bebeu nas aguas sujas e subiu a escada que foge do mal
deixou para trás o leito do homem que fala sozinho
levou pela mão a cria acorrentada no cordao umbical.
Levantou as saias, mijou de pé ao centro da terra
Gritou veneno, saiu da orbitra do olho castanho

eu conto-vos

Era noite,
ela vestia de seda.
Fotografia de uma deusa de jasmim.
Chovia
no poço do meu quintal.
Víamos a chuva;
terceiro andar do paraíso.
Outono sem quimeras.
Eu, praguejava com a caneta,
ela, vendia sonhos na garagem.
Ordem desconcertante,
leis sem sentido,
livres.
Partilhamos agora da mesma cama,
sim… mas…
como irmãos, vocês sabem.
Falamos de tudo um pouco.

...

Comunicar é sempre um desafio! Às vezes, precisamos usar métodos diferentes para alcançar certos resultados. Por quê? Porque a bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade. Porque a paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência.

A tristeza que me consome

A tristeza que me consome

Vem de dentro, bem fundo

Dói como se fosse a própria fome

Que nos alheia e cega-nos do mundo

 

Irrita-me estar assim possesso

Desfasado de mim próprio

Ansiando o fino sono, onde esqueço

Onde por fim, encontro o meu próprio ópio

 

E nos sete planos mortais

Onde a fortuna precede a pobreza

Procuro-me a mim entre os demais

Despojado de tudo, exceto da tristeza

 

Ela que teima em não vacilar

E nunca por nada recuar

Castiga-me a cada respirar

AMIZADE

 

 

 

 

                                                                                                                            AMIZADE

 

 

 

Quando eu tropecei e caí – deste-me a mão,

meu bom amigo.

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