Mágoas

MÁGOAS

Podes sair, fugir, correr
Mas não te podes esconder
Por entre a minha sombra
Sempre difusa.

Rasgas o tempo onde te guardas
Nos silêncios do teu querer
Fazes pequenas construções no meu afeto
Prendes nos meus os teus olhos de musa.

Por entre a aleivosia do momento
Posso fingir que não quero ver
Injurias, cânticos, lamurias, feitiços de lua
Onde no rio do além danças nua.

Deusa da Aparição

DEUSA DA APARIÇÃO

No vento da noite o murmúrio do som de um violão
Um som que ecoa, uma voz que canta num tom que balança
À luz da fogueira vozes se juntam num velho refrão
Um corpo frenético, ao ritmo da música pula e avança.

Descalça de cabelos ao vento graciosa como uma gazela
Em movimentos ondulantes, num corpo de escultura
De recorte de Deusa Pagã, fresca e jovem, pura e bela
És poesia em movimento num soneto à formosura.

Poema Adormecido

POEMA ADORMECIDO

Poeta tímido, que te escondes no silêncio cinzento do teu poema
Castrando a inspiração na brandura da tinta dormente do teu verso
Eu moro onde habita a tua dor, nessa estrada que percorre a tua pena
Bebo a água fria do teu lago, onde a inspiração, ascende ao universo.

Poeta sem língua, filho de um poema esquecido
Fustigas o remorso no castigo de uma vida sofrida a sós
Transportas a angústia no choro da tua aura de poeta adormecido
Queres que seja branda essa dor, então, faz da pena a tua voz.

Bom dia

Bom dia,

 

Eu vou progredir no papel da verdade da certeza do existir,

esta é a certeza da existência de um novo amanhecer.

Nasce na constância do agora o Sol em manhã pálida de frio,

mas, basta o sorriso para amanhar o Bom Dia,

o amar para que tenhas o perfeito dia,

o desejo para que sintas o calor dos meus beijos.

 

Gila Moreira (Sameiro)

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