Promessa

Quantos versos te restarão
quando as estrelas se apagarem?
Em busca de qual promessa
tu ainda rezará as mandingas?
Quem haverá de desenhar as rendas
por onde voava o colibri?
Quem, de ti restará?
 
E tudo por quê? 
De onde ressuscitastes esse medo?
Lembrança de tantos amores em vão?
 
E no entanto, poeta, é preciso reviver.
Dispa-se da paúra e descalce o que dirão.

Nesta comédia há cenas para todos os gostos

Nesta comédia há cenas para todos os gostos

e muitos desses opressores rostos

deviam ser tratados a chicote

Querem o mote?

 

Já viram uma pessoa comer de um caixote?

Ter um caixote do lixo a servir de bufete?

Eu já vi um ministro a gastar milhões num banquete!

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Já viram uma pessoa não ter casa para viver?

Ter apenas a rua, uma caixa de papelão e um tapete?

Eu já vi um presidente a viver sozinho num palacete!

 

Já viram uma pessoa não ter roupas para vestir?

FIM DA COLHEITA

De onde te vem, responde, essa tristeza infinda,
Teu pranto misterioso que em meu peito corre,
Tua secreta dor que não tem cura ainda,
Não vês que minh`alma por ti aos poucos morre?

Teu pranto misterioso que em meu peito corre,
Que galga, como o mar, o negro e nu rochedo
De meu ser, que não te levanta ou te socorre,
Pode ser a chave de teu cruel degredo.

Tua secreta dor que não tem cura ainda,
Será do amor por mim que não podes semear?
Quando no coração nossa colheita finda,
A semente do amor é impossível plantar!

Teu Escrito

Teu Escrito

Teus escrito me inspiram a pensar em você
O que move tua busca 
O que cala a voz calma 
O que oculta o teu ser

Teus escritos me convidam 
A buscar familiaridades em você
Traços, focos , fulga , sonhos ,
uma busca
Respostas para um amanhecer 

Teus escritos me interrogam
Onde escondes a tua paixão
O que despertará o teu ser
quer viver uma ilusão

A MULHER QUE EU AMO AGORA

Um convite é o seu sorriso,
Como o sol que doira a aurora,
Para errar no paraíso
De su`alma sonhadora;
Quero dedicar meu friso,
Meu anelo e alegre riso
À mulher que eu amo agora.

Ela é tímida e sutil,
Do jardim parece a flor
Que derrama aromas mil,
Perfumando-me de amor;
Divisando o céu anil,
Nada achei mais pueril
Que seu suave primor.

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