Perdido nestes monturos...
Perdido
Nestes monturos
Que se estendem
Até à raia,
Escondo-me da vida
À procura do pão nosso
De cada dor!
Mas nestes monturos,
Tão verdejantes
Como desérticos,
Só encontro
O eco de mim mesmo.
Talvez eu precise de uma conversa fiada,
De um bar cheio de risos e bebidas.
De uns amigos...
Talvez eu precise de uma dança agitada
De uma ressaca
De uma noite em claro.
Talvez eu só precise de uma companhia para uma conversa besta,
De alguém pra dançar comigo,
De alguém pra eu brincar as vezes,
De alguém para rir comigo.
Talvez eu precise de um livro
Para quem sabe, fazer novas amizades.
Para assim quem sabe, viajar um pouco.
Parabéns
Você tem muito dinheiro, parabéns
Você tem muitos cartões de crédito, parabéns
Você tem um carro zero km, parabéns
Você tem um casarão onde mora, parabéns
Você tem um emprego federal, parabéns
Você tem heranças de família a receber, parabéns
Você tem passagens para Paris, parabéns
Você tem casa de veraneio na praia, parabéns
Você está feliz?
Então parabéns pra mim, não tenho nada disso e consigo estar feliz.
Charles Silva
É noite, luzes consigo ver pela janela.
Penso.
É hora de dormir, mas...
Perfeito
Como são bonitos seus trejeitos
Tão perfeitos são seus defeitos
Como eu adoro seus dois peitos
Vem pra cama sem preconceito
Me ame e me deixe daquele jeito
Minhas mãos sabem te tocar direito
Nós nunca fazemos nada mal feito
Quando estamos os dois é perfeito
Charles Silva
Isso de voto, votadinho...
Separa-te de mim
Um voto votadinho
De nunca mais Corpo de Pão
Nunca mais Sangue de Vinho!
Sei que a vida te foi amarga como fel,
Mas senhora; Um jardim sem flores?
Passei o dia esquecendo minhas dores
E sendo Pingo de mel que suavizasse
As feridas com que a vida te marcou.
Mas nunca mais Corpo de pão
E nunca mais Sangue de vinho...
Isso, senhora, é negar ser mulher
É como colher um malmequer
Sem o dito desfolhar.
Língua portuguesa, emprego e uso
