AMOR & POESIA

Vou tentar escrever um poema que não fale de beijo, 
De carinho, de flor ou de espinho! 
Um poema que seja um ‘emaranhado de palavras’, 
Mas que não toque nenhum coração! 
Amor sem poesia... 
Poderia viver um sem o outro?! 
Poesia sem amor... 
E que graça teria isso?! 
Não posso deixar de falar de amor 
Por mais que pareça repetitivo, cliché, 'batido' e cansativo! 
Se é amor, tudo é válido...! 
Tudo faz sentido! 

RAÍZES DE MIM

 

 

 

raízes de mim

vapor de essências

mas não me calha a indiferença

do estar no mundo negligentemente

diante do que sofra ou alegra

 

porções de mim

íntegro e desintegrado

com feitio de bárbaro relevo

destinando-me o clamor dos lírios

fluido exigente que sou

 

exalando um jorro incontinenti

como um cântaro derramado

que me assola irremediavelmente

-camurça de dor

ou urro de abrupto langor?

 

A MORTE

A MORTE

A morte não é rival.

Ela sempre traz uma desculpa, foi por isso, foi por aquilo.

Mas, na verdade às vezes com a morte, abre portas, alivia o peso, acabe o sofrimento enfim... Nasce novos sonhos para quem ficar. E, para alguns é muita tristeza, mas, para ouros libertação total. Então, assim como a vida; tem dois lados, um bom e um ruim; A morte também tem: o seu lado bom e o lado ruim.

Em qualquer circunstância ela é assustadora e passando-se os dias bem-vinda!

Cansaço

Estou cansado, mas espere
Não de mim, mas da tristeza.
O subterfúgio que fenece
A amálgama da beleza.

Sou grato por tentar sorrir,
Bater meus pés na terra...
Só que lá os grãos infectam,
E brota uma lágrima e outra...

Penso ‘’nuvens devem ser’’,
Mas a chuva é interna,
O tempo é ruim de se ter
Quando ela parece eterna.

Bala perdida

As balas, no fim, berrarão.
Vociferará o vinho do corpo,
E o asfalto cansado, apreciará.
No fim, o ferro mais resistente
Perfurará o ferro de dentro:
O essencial vermelho sangue
A nadar nas delícias da morte.
Os apitos irritantes chegam,
Dado o presságio do corpo:
Uma festa; levam o cadáver
Para um local melhor.
Sem dor, medo ou injustiça.
O brinquedo do homem
Dispara ódio e preconceito.
Até quando? Até quando

AFAGO DE AFRODITE

nasce na córnea das sombras
o rufar de planícies sonolentas
sobre
a trilha
dos anjos
vigora nesse instante
uma pausa de fresco silêncio
um acalanto de pedras
soando soando singelas
como uma reverberação
de vozes
no alcance
de meus desassossegos
atingindo num ímpeto
o sopro das pétalas de setembro
(transeuntes ocasionais
dessa elegia)
que
-implacável véu
transborda-se em mim
como um inefável prelúdio
afago afável de afrodite

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