Apresentação do livro "Páginas de Solidão"
Autor: António José Se... on Saturday, 25 May 2013O autor:António Duarte, com a poetisa "Manuela Ferreira" no lançamento do livro: "Páginas de Solidão"
O autor:António Duarte, com a poetisa "Manuela Ferreira" no lançamento do livro: "Páginas de Solidão"
Terra nos olhos, da boca chega-me aos ouvidos;
Terra nos pés, das pernas ao coração…
Só não tenho a ti, ò amada dos meus sentidos;
Tão presos a mim, em correntes de solidão…
Terra! Terra mastigada até ao meu peito,
Como se fosses o horizonte de todas as angustias;
Serenos olhares contemplem as flores,
Espancando aromas, com ternuras mais airosas;
Nessa guerra de cheiros, desperta de carícias e amores;
E ainda, a vibração, qual contenta as voluptuosas, formosas;
Essas que se tratam no enternecimento em que se transformam;
BOM CONCIENTE
Eternamente... É - ter- na- men- te...
Eternamente... É ter na mente, um bom conciente!
Autora: Madalena Cordeiro
Espelho Vermelho
Porque deter a hemorragia, a alma sangra, mas é interno. Nem um espelho reflete o coração quando sangra, apenas evito olhar-me nos olhos frente ao espelho. Eles deletam-me, eles desnudam a alma e mostram as suturas mal feitas internas. A hemorragia esvai-se pulsante, curativos não vão estancar o corte profundo. A dor de ver-me assim, sangrando por dentro, sem reflexos no espelho, que embora não refrate a dor, está vermelho, porque refletem apenas olhos vermelhos.
Charles Silva
Primavera
Primavera chegou e eu nem notei, devo estar fora de estação. As flores do meu jardim me avisam que já é primavera, mas eu nem notei. No meu mundo ainda é inverno, em mim há uma era glacial interminável. Sinto frio, estou molhado da tempestade que ainda não passou. Mas o tempo já dá sinais que vem ai sol e céu aberto, pois a primavera já chegou e eu nem notei.
Charles Silva
Era primavera
Era primavera e o perfume das flores nos trazia um respirar mais aromático. Múltiplas cores vibravam sob a luz radiante do sol refletindo-se nas folhas das árvores e arbustos, poucas nuvens se atreviam a passar lentamente sem deixar que o sol tocasse a tudo e a todos.
Era primavera e uma revoada de pequenos pássaros orquestrava uma linda e melódica sinfonia no jardim lá fora. Apenas os pequenos macacos interrompiam a cantilena do passaredo nas árvores cheias de flores e frutos.