Soneto de um jovem triste

 

Soneto de um jovem triste

 

Andava na rua tristemente

Pensava em um amor perdido em fim

Por uma quimera fiquei assim

Com o pensamento pouco ausente.

 

Dor que enleava minha mente

Foi a mesma que brotou em meu jardim

Por pouco quase me perdi de mim

Vivo cá no meu mundo pungente.

 

Que pena de mim sem querer sofrer

Indo atrás da alegria sofri

Hoje sinto falta do meu querer.

 

Lembro-me de tudo que eu vivi

Ao teu lado sempre sonhei em ter

CASTELOS E SONHOS

CASTELOS E SONHOS

Construímos castelos, mas os mares da vida os derrubaram.
Depois inventamos sonhos, e as luzes dos dias nos despertaram.
Fizemos tudo certo e horas tudo errado.
Deixamos sonhos por sonhar e castelos por fazer.
Nossa estupidez acabou com nossos castelos e nossos sonhos.

Charles Silva

Sorrisos cordões do amor

 

Ela era um talher de prata,

Ele uma manhã de cama macia.

Tudo que dois jovens não eram

Eles eram

E como eram.

 

Lembro que um segurava o som com os ouvidos

O outro dançava na calçada da noite nua.

Mundos foram bailes e universos lábios

Pernas de sono e gestos carentes de sim

 

Ouvia-os sempre que estavam ausentes de minha

Tumultuada vida de jardim feito para borboletas

E canários de sol.

Será que cordões amarram em nó todo o universo

Ainda feito de seda e canção para ninar?

Era

Era

Era tarde e um vento frio entrava pelas frestas da janela
Era madrugada e eu vigiava o teu sono tranqüilo
Era o sono que me faltava e eu contemplava o teu
Era um cenário, pouca luz, muito silêncio
Era eu querendo ver o amanhecer
Era eu esperando tu despertar
Era eu querendo ver teus olhos
Era eu querendo dizer-te bom dia
Era eu querendo ver teu sorriso
Era um tempo em que era feliz

Charles Silva

Emoções

Emoções

Que caminhos meu amor terá seguido? São ermos os caminhos da vida dos amantes. Sonhos dão lugar a desenfreadas emoções. Emoções que ardem apenas no peito dos loucos amantes que como eu, vivem as suas emoções.

Charles Silva

CANÇÃO DO LOUCO

Sob trêmulas sombras ando,
Como um verme desalmado.
Julgais-me um anjo nefando,
À mofa sou destinado!
Em meu mundo vive um bando
De colossos desvairados.

Ouço a voz de um rouco
E à noite, ele me acompanha.
Disse-me ser um dos poucos,
Que de mim não sente sanha.
E, afirma que me fez louco,
Porque a vida é mesmo estranha.

Muitas vezes, um tormento
A luz que me guia invade;
Em veneta, no nevoento
Universo dos covardes,
Eu choro como um avarento
Que não tem mais seu alarde.

TRANSCEDÊNCIA

De repente estarei em teu mundo,
Onde evoluiu o pensamento
E derredor não existe o medo;
Navegando neste céu profundo,
No infinito, em um sombrio momento
Conhecerei teu real segredo.

Sentindo a alma leve flutuar,
O silêncio das fúrias passadas,
O coração puro e venturoso,
Em teu solo muito a caminhar
Saberei que as terrestres estradas
Tornaram-me, assim, impiedoso.

Hora

Hora

 

Hora de sermos o que de fato somos, sem dores, sem amores, sem paixões confusas. Hora do silêncio dos corpos, do quarto, do armário. Hora que não quero ver minha cara no espelho, pois tenho dor nos olhos. Hora era meu, hora era teu, hora era nosso, aquele louco amor que hora morreu.

 

Charles Silva

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