Céu
Autor: Oscar de Jesus Klemz on Sunday, 23 October 2022
Quem quer, precisa conhecê-lo à noite
Quem quer, precisa conhecê-lo à noiteJá todos vimos
Meninas e Meninos
A defender a liberdade
De armas na mão.
Diz-me tu, Sylvan
Horror maior o delas
Ou de quem viu?
Não poderia dizer
Se mais miupe a lente
Da cara ou coroa
Que de costas de frente
Juram a insanidade do seu reflexo
Que de costas de frente
Sofrem a violação espontânea
Da Liberdade.
DE QUEM? Aliás, pergunto-lhe,
PARA QUÊ?
Para que sintam na boca o amargo
De a perder?
Para que a tenham de convencer
Novamente
No fundo
Desenho nas cinzas
O que elas falam para mim
Balbucio-lhes um mumúrio
De resistência efémera
Insuflada pela imortalidade
Fugaz
Se frui
O fumo que me oculta
A evidência de me ser
Sozinho
Calado
Insatisfeito
Sempre
Com tudo aquilo que ainda não
Sou
Arquiteto de poemas
Engenheiro do descontentamento
Mestre da solidão
Surto por dentro todos os dias.
Sinto vontade de correr sem parar,
Mas as pernas atrofiaram.
Vejo a minha frente um bosque,
Sua relva é macia e o sol brilha,
Mas por algum motivo, lá chove.
Todo dia o céu perde uma nuvem.
A cada dia as gotas caem sozinhas,
Sem condicionantes para tal.
Estou inerte, molhado e apático,
Ninguém pode me ajudar
Todos têm o seu caminho, e
Eu tenho o meu.
A diferença é que meu caminho
há timoneiros que esculpem nos povos arremedos distantes das suas raízes; que libertam o cheiro acre da violência naqueles que os impugnam; que ostracizam aqueles que se protegem dos seus clamores furibundos.
relevo a poesia que dirime a tristeza do seu autor; que robustece os aforismos que proliferam nos cânticos rotineiros; que extrai do seu âmago a ternura para que ela possa singrar.