Hoje
Autor: Ednéia Pereira ... on Wednesday, 6 February 2013
Hoje eu acordei
Hoje eu acordei
DESPEDIDA
Cansei dos meus versos
Porque não quisestes lê-los
Juntarei todos os escritos
Em uma bandeja de prata
Que pertenceu a minha finada avó
E na lembrança da morta
Erguerei uma pira feita de poemas
Inflamados com os restos de uísque
Deixados em garrafas inacabadas.
Na minha dolorosa embriaguez
Beijarei tua fotografia, e... juro
Será esta a última vez
Tua foto então reacenderá o fogo
E embriagado assistirei a cremação
De tudo quanto me faz lembrar
EU SONHO
DE TE MATAR
MAS UM DIA
DE TOMAR VENENO
E CRIAR.
PALCO
DE DIFERENÇA
VER
E LER.
Em qual destes escuros e fechados cômodos
Esqueci a vontade de mim mesmo?
Onde estão as minhas mãos pueris e errantes
Quando preciso voltar a ser um mero principiante?
Distantes dos olhos adultos,
Bem e mal andavam juntos como iguais;
Aqui, fizéramo-los questão de separá-los
Assim como se separam dois irmãos
Dando-os para famílias diferentes.
Qual dos medos foi tão colossal
Que acabou se tornando maior do que a vida?
Eu sou o espelho; e quem vive, vive fora.
Sinto saudades;
Quantas peles te vestem,
quantas vidas tem a tua vida,
quantas vezes morreste e foste renascida,
pela força do teu ser...
Ninguém te conhece ao certo,
só tu sabes quem és,
o mundo que não te entende,
adormece aos teus pés...
Vives num tempo que é teu,
emprestas ao dia as horas,
às noites dás os minutos,
embrulhado nas auroras...