O VER DE TUDO
Autor: AMANDU on Thursday, 7 February 2013COMO
FOI
QUE
ME
ENCONTROU?
COMO
FOI
QUE
ME
ENCONTROU?
Veijo-a sempre passar séria, constante,
--Ás vezes, inclinada na janella,--
Tranquilla, fria, e pallido o semblante,
Como uma santa triste de capella.
Seu riso sem callor como o brilhante
No nosso labio o proprio riso gella,
E ella nasceu para chorar diante
D'um Christo n'uma estreita e escura cella.
Seu olhar virginal como as crianças
Jamais disse do amor as cousas mansas;
Jamais vergou da Força ao choque rude.
Última estrela a desaparecer antes do dia,
Pouso no teu trêmulo azular branco os meus olhos calmos,
E vejo-te independentemente de mim;
Do inquieto oceano da multidão
“A bandeira se agita na paisagem imunda, e nossa gíria abafa os tambores.
“Nos centros, alimentaremos a mais cínica prostituição. Massacraremos as
revoltas lógicas.
“Em países dóceis e picantes! — a serviço das mais monstruosas explorações
quando cessará
esta dor de mundo
que tantas vezes tira meu ar?
que adianta acreditar
em um mundo iluminado
que sabemos que sem luta
não virá?
ver o ódio disseminado
por tantas esquinas
a desejarem o fim
total
dos corações livres:
dói
e vomita
em refluxo
dentro de mim
este injusto mundo
mas sei que um dia
a justiça chegará
e os povos renegados
usurpados
enganados
terão suas terras
novamente