Passou a diligência pela estrada, e foi-se
Autor: Alberto Caeiro on Thursday, 10 January 2013
7-5-1914
Passou a diligência pela estrada, e foi-se;
E a estrada não ficou mais bela, nem sequer mais feia.
7-5-1914
Passou a diligência pela estrada, e foi-se;
E a estrada não ficou mais bela, nem sequer mais feia.
Tu que não crês, nem amas, nem esperas, Espirito de eterna negação, Teu halito gelou-me o coração E destroçou-me da alma as primaveras... Atravessando regiões austeras, Cheias de noite e cava escuridão, Como num sonho mau, só oiço um não Que eternamente echôa entre as esféras... --Porque suspiras, porque te lamentas, Cobarde coração? Debalde intentas Oppôr á Sorte a queixa do egoísmo... Deixa aos timidos, deixa aos sonhadores A esperança van, seus vãos fulgores... Sabe tu encarar sereno o abismo!
Amar alguém significa vê-lo como Deus o planejou.
Em torno da mesma idéa, Meu ardente pensamento Constantemente volteia. Que horas estas de tormento! E póde viver-se assim? Que força tens, coração? Pois tudo que sinto em mim És capaz de supportar? Oh! basta! por compaixão Deixa emfim de palpitar! Agosto de 1856.
Segure em minhas mãos,
Os portões se abriram para uma nova era.
Tudo o que verá daqui para frente são montanhas e abismos,
Todavia tuas asas são novas.
Sinta o frio que corta a pele,
Vamos correr em direção ao norte.
Da mesma terra que comeu nossa antiga carne,
Nasce a vida paciente,
Que tudo suporta e tudo espera.
Deus fez a noite com o teu olhar,
Deus fez as ondas com os teus cabellos;
Com a tua coragem fez castellos
Que poz, como defeza, á beira-mar.
Com um sorriso teu, fez o luar
(Que é sorriso de noite, ao viandante)
E eu que andava pelo mundo, errante,
Já não ando perdido em alto-mar!
Do ceu de Portugal fez a tua alma!
E ao vêr-te sempre assim, tão pura e calma,
Da minha Noite, eu fiz a Claridade!
Diante do trono do Todo-Poderoso, o homem será julgado não por seus atos, mas pelas suas intenções. Deus só lê os nossos corações.
A vida é apenas uma sombra ambulante, um jogador pobre, que suporta e desgasta sua hora no palco, e depois não se ouve mais, é um conto contado por um idiota, cheia de som e fúria, significando nada.