_ANIMA MEA_
Autor: Antero de Quental on Thursday, 10 January 2013
Amar alguém significa vê-lo como Deus o planejou.
Em torno da mesma idéa, Meu ardente pensamento Constantemente volteia. Que horas estas de tormento! E póde viver-se assim? Que força tens, coração? Pois tudo que sinto em mim És capaz de supportar? Oh! basta! por compaixão Deixa emfim de palpitar! Agosto de 1856.
Segure em minhas mãos,
Os portões se abriram para uma nova era.
Tudo o que verá daqui para frente são montanhas e abismos,
Todavia tuas asas são novas.
Sinta o frio que corta a pele,
Vamos correr em direção ao norte.
Da mesma terra que comeu nossa antiga carne,
Nasce a vida paciente,
Que tudo suporta e tudo espera.
Deus fez a noite com o teu olhar,
Deus fez as ondas com os teus cabellos;
Com a tua coragem fez castellos
Que poz, como defeza, á beira-mar.
Com um sorriso teu, fez o luar
(Que é sorriso de noite, ao viandante)
E eu que andava pelo mundo, errante,
Já não ando perdido em alto-mar!
Do ceu de Portugal fez a tua alma!
E ao vêr-te sempre assim, tão pura e calma,
Da minha Noite, eu fiz a Claridade!
Diante do trono do Todo-Poderoso, o homem será julgado não por seus atos, mas pelas suas intenções. Deus só lê os nossos corações.
A vida é apenas uma sombra ambulante, um jogador pobre, que suporta e desgasta sua hora no palco, e depois não se ouve mais, é um conto contado por um idiota, cheia de som e fúria, significando nada.
Quando se reduzir a um só bosque negro para nossos quatro olhos atônitos, —
a uma praia para duas crianças fiéis, — a uma mansão musical para nossa
clara simpatia, — vou te encontrar.
Haja aqui embaixo só um velho solitário, calmo e bonito, em meio a um “luxo