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Está aberto o 1º Concurso de Poesia do nosso site. Inscrições até 6 de Janeiro de 2013. Leia mais aqui:

http://poesiafaclube.com/informações/1º-concurso-de-poesia-do-poesiafãclube-janeiro-2013

A LUA

Esse olhar silencioso
    Em que lingua se traduz?
    Falla-me, oh astro saudoso,
    Luz do céo, pallida luz!
      Que aereas visões me acordas,
    Que imagem, lua, recordas
    N'essa prateada côr?
    Que ha em ti, que a dôr mitiga,
    Que ha em ti, lampada amiga,
    De meigo e consolador?

*A ULTIMA CEIA DE FALSTAFF*

Nunca mais me permitte a sorte crua
Que ande ás portas batendo tresnoutado,
Vae morrer em beco, abandonado,
O maior bebedor que olhou a lua!

Dos braços da creada seminua
Nunca mais rolarei sobre o telhado;
E, ao relento, encherei, com passo errado,
De lettras cabalisticas a rua.

Vae morrer, morrer sim, por seus castigos,
O estomago que foi mais forte e cheio,
Que na Paschoa ceiou com Satanaz...

O Morto prazenteiro

Onde haja caracoes, n'um fecundo torrão,
Uma grandiosa cova eu mesmo quero abrir,
Onde repouse em paz, onde possa dormir,
Como dorme no oceano o livre tubarão.

Detesto os mausoleus, odeios os monumentos,
E, a ter de suplicar as lágrimas do mundo,
Prefiro oferecer o meu carcaz imundo,
Qual precioso manjar, aos corvos agoirentos.

Verme, larva brutal, tenebroso mineiro,
Vae entregar-se a vós um morto prazenteiro,
Que livremente busca a treva, a podridão!

_OPIÁRIO_

AO SENHOR MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO

É antes do ópio que a minh'alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estióla
E eu vou buscar ao ópio que consóla
Um Oriente ao oriente do Oriente.

Esta vida de bórdo ha-de matar-me.
São dias só de febre na cabêça
E, por mais que procure até que adoêça,
Já não encontro a móla pra adaptar-me.

Em paradoxo e incompetência astral
Eu vivo a vincos d'ouro a minha vida,
Onda onde o pundonôr é uma descida
E os próprios gosos ganglios do meu mal.

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