Apparição- Á VIRGEM SANTISSIMA
Autor: António Nobre on Saturday, 29 December 2012 Pelas espadas que tu tens no peito,
Pelos teus olhos rôxos de chorar,
Pelo manto que trazes de astros feito,
Por esse modo tão lindo de andar;
Por essa graça e esse suave geito,
Pelo sorriso (que é de sol e luar)
Por te ouvir assim sobre o meu leito,
Por essa voz, baixinho: «Ha-de sarar...»
Por tantas bençãos que eu sinto n'alma,
Quando chegando vens, assim tão calma,
Pela cinta que trazes, côr dos ceus:
ERUPÇÃO DO AMOR
Autor: billy brasil on Saturday, 29 December 2012SELVAGENS
Autor: billy brasil on Saturday, 29 December 2012saudade
Autor: semog leunam on Saturday, 29 December 2012
Saudade não é palavrão,
É palavra sem tradução,
É sentimento voraz
Que sempre se mostra capaz
De tolher-nos a razão,
De partir o coração
Se continuas ausente
E carente, me deixas doente!
Saudade não é prosa,
É poesia amorosa,
É dor contada em letras
Por canetas de poetas,
DE PROFUNDIS CLAMAVI AD TE DOMINE
Autor: Augusto Gil on Saturday, 29 December 2012_Á Leo_
Ao charco mais escuso e mais immundo
Chega uma hora no correr do dia
Em que um raio de sol, claro e jocundo,
O visita, o alegra, o alumía;
Pois eu, nesta desgraça em que me afundo,
Nesta contínua e intérmina agonia,
Nem tenho uma hora só dessa alegria
Que chega ás coisas infimas do mundo!...
Deus meu, acaso a roda do destino
A movimentam vossas mãos leaes
Num aceno impulsivo e repentino,
AMOR DE UM DIA
Autor: silute on Saturday, 29 December 2012
É HORA?
Autor: silute on Saturday, 29 December 2012
ADEUS!
Autor: João de Deus on Saturday, 29 December 2012 Adeus tranças côr de oiro,
Adeus peito côr de neve!
Adeus cofre onde estar deve
Escondido o meu thesoiro!
Adeus bonina, adeus lirio
Do meu exilio d'abrolhos!
Adeus oh luz dos meus olhos
E meu tão dôce martyrio!
Desfeito sonho doirado,
Nuvem desfeita de incenso,
Em quem dormindo só penso,
Em quem só penso acordado!
Visão sim mas visão linda!
Sonho meu desvanecido!
Meu paraiso perdido
Que de longe adoro ainda!
*O VISIONARIO ou Som e Côr*
Autor: Gomes Leal on Saturday, 29 December 2012(A Eça De Queiroz)
Eu tenho ouvido as simphonias das plantas.
Eu sou um visionario, um sabio apedrejado,
Passo a vida a fazer e a desfazer chymeras,
Em quanto o mar produz o monstro azulejado
E Deus em cima faz as verdes primaveras.
Sobre o mundo onde estou encontro-me isolado,
E erro como estrangeiro ou homem d'outras eras,
Talvez por um contacto ironico lavrado
Que fiz e já não sei talvez, n'outras espheras.