Rua Ourânia 67

Ourânia 67

Minha morada de cor branca
Tem a mim e a parentela
Toda uma historia
A incerteza dos meus dias
E tem alegrias.

Minha morada antiga
Envia minhas preces a DEUS
E não esconde meus pecados
Tem alimento e simplicidade
Amigos ao redor

Minha morada antiga
Abriga a estante nova
Reserva lições de vida
Passado, presente e futuro.

Minha morada antiga
Tem meu quarto úmido
Esconde –me do medo
Acalenta me de paz
Eu tenho o amor dos meus pais

A arte do eu

Eu, Matheus, sou falso. Cheguei a essa conclusão hoje de manhã. Não falo o que é necessário, apenas o desconfortável para as pessoas. A indiferença correu minhas vísceras, tudo é tanto faz, tanto fez; se eu morrer amanhã, não faz diferença, nem para mim, quiçá, nem para todos. Sou honesto o bastante para admitir meu amor pelo mundo. Quero ser parte dele, uma peça do quebra-cabeça, jogar o seu jogo e raciocinar como ele. Simultaneamente, faço o possível para afasta-lo.

Rosa Desirée

Quantas expectativas, miserere!
Minha alma tão cativa não liberté
Irracional é a vida que dizem fraternité
Entre dominus incoerentes
Só Deus mesmo para interceder

Todo mal tem veneno
Todo bem é fino sereno
Mais forte que a morte, é eu não esquecer
O que ainda espero da vida e égalité
O amor desta rosa désirée

Sem resposta

Não me respondes, quando eu te chamo

Ainda que aflita seja a minha voz

A morrer da dor que provocamos nós

Deixas-me aqui, só e abandonado

 

Não foi esta a imagem com que sonhamos!

Vagas de tristeza e ondas de solidão

Afogam-me no mar desta condição

Em que só eu vivo e que nós criamos

 

Porque me queres aqui triste e desabrigado!

Para sempre náufrago perpétuo e condenado

Em dor consumido e neste atropelo

 

Sem a tua imagem, com que tenho sonhado

Mais valera que me tivesses afogado

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