Travas

Há travas nas lembranças
E o que sobra realmente para o hoje
E o lamento desesperado
Sem dias marcados
Em ter a preocupação preciosa
Dos piões, balões,
Toda colorida papagaiada que preenchiam o azul do céu
Cadê o carrinho que arranhava o asfalto
Em quatro rodas cromadas
Cadê as bolinhas de gude elegantes
Meus parentes que só nas fotos encontro,
Ficaram emudecidos com o tempo
Não se despediram ?
Se trancaram na memória de Deus
Com muitas fechaduras.
Trancas ocultas...

O Atrevido Natimorto

Atrevido Natimorto

Porque choras por mim Homem de sonhos Eu sou incrivelmente etéreo como o refluir etílico do ventre santo

Sem nome para que tu possas difamar-me

Porque choras por mim Homem de sonhos

Sem nome sem lembranças por não ter nascido

Que tenho eu contigo atrevido natimorto se nem solene cerimônia De ataúde branco onde se colocam corpinho de anjo compartilhamos

Humanos

Nota mais baixa
Desde teste humanitário
Sou a desventura em serie e a triste promessa ?
Sou eu político ,militante militar ?
Não, sou humano!
Devagar vou andar !
Não estou contemplado na lista dos afortunados ,
Nem na ala dos privilegiados .
Nem serei alistado, ou soldado nessa guerra presente,
Que extirpa o coração facilmente
Eu queria ser menino, mas menino eu não sou
Meu pai me preparou no seu silencio
Ensinando que não era apenas os peixes que Deus ofertaria ,

A indiferença do presente

 

O universo flui no seu devir

Indiferente aos constrangimentos

Que cada mudança acalenta.

Segue pacificamente o seu rumo,

Convicto da sua missão a cumprir.

E no despertar de cada manhã,

Ou no seu entardecer,

Amavelmente nos presenteia …

Com a ternura da sua beleza,

Mesclada na infinidade…

Da panóplia de tonalidades,

De emoções sentidas e vividas

E de movimentos circunstanciados,

Que com os seus braços nos abraçam,

Proporcionando o conforto desejado.

Na sua missão mais pura

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