ITINERÁRIO DE PASÁRGADA
Autor: Serpente Angel on Sunday, 7 April 2013
Bem dito,
o acto irreflectido,
que conduz ao amor,
ele renuncia à razão,
fazendo ao corpo um favor...
Bem dito,
esse infortúnio,
do negar não poder,
o que não faz qualquer sentido,
mas nos enche de prazer...
Bem ditos,
tu e eu,
que nos unimos num só,
e reduzimos a distância,
a partículas de pó...
Bem dito,
cada momento,
que tua pele se junta à minha,
fazendo de ti meu rei,
e eu a tua rainha...
Sendo o que se é,
Encontra-se na vida a própria vida,
Trocando uma ilusão pela outra,
Eis o homem tentando,
Buscar algum sentindo.
Devorado pela fome de informação,
Esquece-se de ser o que deveria ser.
Não vive a vida,
A vida que vive sua vida.
Angustia. Decepção. Frustração.
Eis o homem,
Não reconhece mais sua imagem,
Suas profundas necessidades.
Vive, por que está sendo obrigado a viver.
Eis o homem,
Deram-me flores que não casaram
Muito menos cinzas abertas
Pétalas barrocas salvas,
Erramos os trilhos da jovem índia
Caímos nas cinzas derretidas
Feito nata em berços
Escritos com versos no cataclismo incólume
Na estrofe anterior
Em milênios perdidos apedrejados
Quase amedrontados.
Na viagem
Automóveis triciclos nave
E lâminas de espadas matrimônio da pedra
Tudo vai sendo pressentido;
Não visto mas considerado,
Muito é ouvido mais é falado e menos pensado!
Mas depois é escrito!
Não quero vê-la
em branco transcorrer
a vida
Bélissimo poema do colega de Universidade, Mauro Cytrynowicz.