Homenagem singela

Homenagem singela

 

A ti, Flor mulher

Que me batizaste e acompanhaste

Ao longo da estrada da vida

Foste o exemplo de mulher batalhadora

Perfumaste a viagem

Desta existência tão complicada

Com teu sentido de humor

Tão genuíno como o de meu pai

Hoje, senti saudades tuas

Sinto que foste superior

Na arte de amar

Com tuas mãos em forma de pétalas

Acariciaste as filhas que geraste

Com amor, até na tua tão precoce demência

Foste escrava submissa na dor silenciosa

Grito de alerta

Grito de alerta

 

O meu grito tem como arma a poesia

No horizonte longínquo voam os pássaros

Apelando para as lágrimas contidas

Neste dia cinzento com cheiro a maresia

Minha voz clama amor

Ouvidos não me querem escutar

Meu mundo está deserto

Sinto frio… tenho calor

Meu grito está no reflexo da minha alma

De poema a poema,

Vai desfiando o avesso das palavras

Que tu não queres escutar

E o poema nasce da pétala

Da flor entristecida no silencio do verso que não lês

Fim de tarde

Fim de tarde

 

Uma réstia de sol caminha tranquila

Abençoando a terra

Fim da tarde, o céu ganha novo tom

Escurece os montes e vales

Exalando a vida e o seu dom

Antes da chegada da noite

Borboletas esvoaçam serenas

Sobre as flores no jardim.

A brisa suave se entranha

Trazendo o seu aroma a jasmim

Sombras lilases vagueiam no céu

São saudades ecoadas pelo ar

Palavras que ficaram por dizer

Inspiração de quem sabe amar

E o sol se despede ao entardecer

Arco-íris

Arco-íris

 

O arco-íris da minha alma

Ecoa um grito

Em suaves caricias de cores

No horizonte sente-se o calor

Envolto em gotículas de chuva

Borboletas ajudam a enfeitar o Céu

E se exibem em suas cores cintilantes

A poesia em mim

Necessita ter a imensidão nos olhos

E o arco-íris perfumado na alma

Num voo intenso e destemido da fantasia

Curvo-me para o solo

Em busca da esperança perdida

Mas meus sentimentos

Não rimam em terra húmida

A água

A água

 

Sou vida

Sou esperança

Broto do Céu

E da terra também

Sou filha da natureza Mãe

Corro dos rios para o mar

Controlo obstáculos

Faço mover moinhos

Sou salgada e doce

Fresca e cristalina

Verde, transparente e azul

Dou-vos energia

Dia após dia

Sou fonte de vida

Sou batismo

Sou milagrosa

Sou água benta caída do Céu

Sob o estrondo do trovão

E levo produtividade ao sertão

Sou vida em movimento…

E este poema sobre mim

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