VOU CAMINHAR

Vou caminhar entre as pedras
Tentando me livrar da depressão
Empurrando sem me sentir presa
Atada nun fio de cansaço meu
Esquecendo as tristezas no peito
Escrevendo palavras na alma
Para cortar as dores dos sonhos
Nus canteiros que esperam florir
Bordados com  tanta esperança
Nas letras que a morte espera
Bebo da fonte a inspiração divina
Para caminhar entre as pedras frias
Pintando a tela perfeita em palavras

DESEJO

Desejo com um  beijo devorar-te
Sentindo o nosso amor a queimar
Desejo-te a todo o momento
Para atirar-te na minha macia cama
Tirando-te o fôlego com furor 
Desejo sentir o fogo que nos consome
Que nos queima o corpo ferozmente
Desejo levar-te à loucura intensamente
Para amar-te como um anjo ou uma loba.

Canalha

Cortante

Navalha

Sem sentimento

Sangrante

Sem sustento

Vil canalha

Nada hesitante

Dura o todo tempo

Marcante

Sem momento

Pouco cativante

Contratempo

De rompante!

Canalha

Num instante:

profundo

Como navalha

Sufocante

Todo o tempo

Como calha!

Por divertimento:

Como canalha!

Aniversário ou Validade

Aniversário ou validade?

Tempo!

Validade ou aniversário?

Complicação!

Anos, horas:

Dias!

Maioridade:

Contratempo?

Sonho ou imaginário?

Alegrias!

Devoção:

Sem validade!

Todas as horas

<desde o nascimento:

Em cada aniversário!

O mesmo sentimento:

Amor!

Sem tempo:

O maior!

No coração.

 

História de uma carta

Achei uma carta chamada anônima
Jogada num canto de uma casa abandonada
Fui lendo no meio da estrada
Quanto mais eu ia, mais eu ficava
Me prendia na carta daquela casa abandonada
No meu rosto escorria uma lágrima
Na palma da mão uma carta
Na outra mão um vazio
Sinto por dentro um frio
No meu corpo dá calafrio
A história de um amor sombrio
Quem viveu, que sofreu, quem sentiu
Mais um casal que partiu
E ela já não está mais aqui
A casa abandonada era minha
E a carta fui eu quem escrevi

Sacrifício ou Semântica

Aguentamos todo, qualquer sacrifício, desvalorizando a dura semântica?

 

Sátira que nos calha como que nos atira para outra estática que aguentamos!

Arma que criamos, assim, noutro karma e noutro todo:

Criar é como escrever ou amar um mundo qualquer?

Rima que num dia mostra tudo, como que estima sem sacrifício!

Imitar, como todo o nexo, feito rito, sem desvalorizando:

Foco que tomamos, sem dar um troco a...

Isco que procuramos, como todo o risco ou pedra dura

Ocaso que acontece, mostrando o acaso de toda a semântica!

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