Silêncios
Autor: Fabio R. Villela on Sunday, 15 December 2013Desde então um adeus
preenche os nossos silêncios
e se as ausências tornaram-se desejadas
Desde então um adeus
preenche os nossos silêncios
e se as ausências tornaram-se desejadas
Alma tão despida que trago comigo.
DO TEMPO
Corro em volta do pensamento
Porfiando um amor que em mim se fechou
E nele, ecoam as vozes que o tempo calou
Afogadas na mordaça do pântano do lamento.
Por águas turvas em cinzenta espuma
Um derradeiro olhar para te encontrar
Na espiral de vultos que levitam na bruma.
Batem asas de anjos nos meus ouvidos
Sinto na minha pele o aroma do teu perfume
Sinto na minha a tua boca rosa de lume
Estrebuchando a alma despertando os sentidos.
Um dia , a tristeza!
bateu em minha porta.
E eu! Sentindo-me só.
Deixei, a tristesa entrar!
E triste, vivi...perdida.
Até...ver você chegar.
O sorriso, brilhou em tua face!
Tuas gargalhadas...
Viraram música, para meus ouvidos!
Não lembro mais os porquês...
De minhas tristezas.
Mesmo porque!
Os por quês, não importam!
Quando se está feliz...
Quando se está a amar
Intenso
Eu até que gostaria de não ser tão intenso
De ser mais ponderado e não entregar-me tanto
Só que quando amo, amo intensamente de verdade
Que até o menos incauto pensa ser minha vaidade
E com isso amuo-me deveras em meu canto.
Não me protejo, entrego-me a ditosa emoção
Sou tão ingênuo boquejam-me os mais chegados
Simulo-me de surdo para não descambar a chorar
Entrementes motejam-me pelos abstrusos desagrados.
Eu até os entendo, mas cavalheiro sou,
Permite-me a brisa, a janela aberta.
E esse frescor de chuva recém caída
espalha todos os orvalhos
Ainda que teus braços me afagassem
E no clamor da valsa me afogasse
No lago que em teus olhos habita
Sabíamos que da janela se avistava
Uma tempestade que já se espreitava
Na ferida onde a guerra grita.
Ainda me pergunto por que partiu
Onde foste quando o céu era anil
Quando o canto das andorinhas ecoou
Na calada da noite a brisa beija
A folha do álamo que se esgueira
Na porta em que bateu e não voltou
Nas paredes descascadas do tempo
Sangro fel no monólogo com o vento
Poema dedicado à nossa "Flor Poética" Conceição Cordeiro
AMOR QUE NUNCA VI
Sonhos de amor de quem amou
Neste poema que te dou………
Marcados nos cumes de aéreos precipícios
Onde o sol reluz nas auréolas dos anjos
Refúgios de suavidade outrora assíduos
De fadas, musas e arcanjos.
Colhidas pelo vento e desbotadas pelos tempos
As frases de sons e ecos enfraquecidos
Rodopiam nos cumes brancos e amarelecidos
Falam de saudades, ilusões, lamentos
Amores, alegrias e maus momentos.