Amor

Tua melodia canta, amor

Os teus versos me encantam
- Cantam,
Com tua luz do meu abismo,
E ressoa por dentro d’alma,
- Calma,
Que sinto no meu niilismo.

A melodia é a lua
- Tua,
Cheia do teu amor alçado,
Amarrada à insolente
- Lente,
Do meu desejo avistado.

Sou teu livro de anotação
- Ação,
E já não quero mais ler,
Quero vós para sempre
- Sempre,
Escrevo em ti o meu ser.

 

Da brincadeira de amar

O desejo de amar faz do homem
um ventríloquo do mero acaso.
O peito pula e grita como lástima,
se preciso, queima a centelha
necessária pra se viver ouvindo.

O amor sacrifica o orgulho,
é uma liturgia dos antigos deuses,
uma espécie de velho augúrio:
Ritualiza o pecado e invoca
o sublime e puro bem-estar.

Os caminhos

Viajei por BRs em noites com muito brilho das estrelas que iluminavam a ida e volta e as duas listras amarelas paralelas,

Alguns trechos tinham teu rosto agarrado a cada estrela.

Em muitos quilômetros teu nome esteve dentro de mim, flashes contínuos

enraizaram se dentro da memória, promessas que se tornaram vazias, profecias, rodovias que levavam a nada,

próteses ásperas dentro do coração

sussurros teus a visitar meus ouvidos

permaneci soldado à paisana, para não ser descoberto pela frieza longitudinal do seu corpo suave que era meu

LÍNGUA FRANCA

Falemos de amor...!
Aquele tal sentimento
Que tanto se ouve falar e cantar...
Se pensa, se idealiza
Se sonha e se realiza!
Se escreve com 'A' maiúsculo 
E se rima com flor!
Tornemos a falar e falemos como nunca ou como se fosse a primeira vez...
Falemos o que nos esquecemos de falar para aquelas 'nossas' determinadas pessoas!
Tornemos a falar de novo e sempre
Já que parece que muitos não entenderam!

Andorinha

Veja a andorinha como voa
Tão à toa que não chora só
Ruflando tranquila, tão boa,
Pois voltará como um faraó
Ao deserto da infinitude.
Eu queria estar na nuvem dela,
Bailar sossego da solitude,
E convidar a primavera
A assumir o meu brilhar.

 

CASTELO

 

 

 

 

amável castelo

 

de sonhos

 

só a ti venero

 

entregue a uma paixão

 

que não se exauriu

 

e que em mim

 

se arraigou

 

moldando meu ser

 

como nunca pude

 

conceber

 

roendo-me por dentro

 

como um eflúvio

 

de indefinível

 

enternecer

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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