Amor

Adeus

Senti o dia

E vi-te homem de pedra

Esculpido pela sociedade

Intocável, inquebrável

Jamais sonharás

O brilho bucólico da estrela,

A cor vibrante do transcendente

Jamais quererás

Ser dia em mim ...

Noutro lugar, noutro momento buscaste a eleita

A eleita de ti

Feita estrela no teu coração

Senti, amargurei e mais uma vez parti.

Homem de ofuscantes valores éticos

Empíricos, inexistentes, empedernidos até!

Acima de todos e longe de tudo

Despe-me desta tristeza

Olhei para o infinito e revi o teu rosto

Senti a brisa gélida da noite por viver

Noite que teimava em não partir.

Nela revivi os sonhos perdidos de ti

E nela assomou ao luar do meu altar um raio de tristeza.

Esse raio em mim tocou e afuguentei a solidão de ti

Mas nas entranhas entrou a dor encontrada em ti

Apenas perdida no luar prateado do chão do meu ser.

Novamente a brisa em mim tombou

Para sacudir com penas sentidas

Aquela dor imunda e fugidia das loucas noites de solidão

Espera

Olhei para trás e revi-te entre brumas de esperança

Não consegui dar um passo e parei,

Sentei-me num degrau da vida

Observei avidamente o voo das andorinhas que partiam

E nelas não revi o meu partir,

Esperei e uma leve brisa afagou o meu rosto

Beijou uma lágrima perdida entre o meu sonho e a realidade presente

No entanto ofusquei-a com desdém

E gritei silenciosamente pela alegria perdida

Pela longa e sinuosa estrada da vida,

Apenas desejo

Desejo-te

Apenas te desejo, não te amo

Amor é dádiva serena, complacente compaixão

E o que sinto por ti é apenas

Explosão de sentidos,

Necessidade de presença,

Toque do teu olhar em mim,

Os meus braços dentro dos teus braços ...

Quisera tirar de dentro do meu peito

A emoção de te querer

No entanto fugidia a vontade em mim partiu

E o sonho de te querer

Venceu o cansaço e permaneceu,

E assim continuo te desejando

Nunca encontrando aquele que espero

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