Dedicado

Quando fui chuva...

para a Carla
 
Quando fui chuva alaguei a derme dos teus murmúrios
Tão enamorados, tão translúcidos e quase asfixiados
Umedeci o palato ao tempo com beijos serenos e afortunados
 
Quando fui chuva encharquei a terra com mil gotas de um
Afago deambulando com cortesia pelo manto das preces ostensivas
Além onde jaz de joelhos aquela luminescência cerimoniosa e definitiva
 
Quando fui chuva deixei coar nos céus um liquidificante eco arrogante

O nada num instante

Feito de novo, um
Amanhã resvalando
Na saudade de hoje...
Proeza de fruta laminada
Nos socalcos da intuição,
Beijei o mar como
Sendo o teu adorno e prosperar
A centrífuga alma que
Nos envolve!
Quero ser,
Um qualquer querer,
Uma dúzia de pessoas no
Canto de uma só flor,
Vozes das ravinas adoptadas
Pelos pássaros,
Um sentimento sólido
Na incerteza que o transporta;
Sou feito de marfim, pelas
Margens de uma só circunstância,
O
Beijo que se guarda

Queda do rio Cuemba

Queda do Rio Cuemba

Eu poderia deixar-me levar pela beleza,
Beleza que tu apresentas,
Queda do rio Cuemba.

A cada gota de água que escorre,
Tu me lembras o quão forte és.
Mesmo com mísseis,
Explosões ao teu redor,
Mantiveste-te firme
E deixaste-me conhecê-la.

Tanto tempo se passa
E ninguém te estima;
Todos se perdem na beleza,
Pois ninguém te escuta.

Natureza benquista,
Cheia de rumores místicos,
Nossa paisagem,
Nosso ponto turístico.

Juro-te lua

para a Carla
 
Em cacos a noite adormece estilhaçada, tão penosa e sentenciada
Advém deste silêncio minhas preces saboreadas numa brisa solene e enamorada
Tal qual a imensidão de escuridões pousadas no tapume das palavras mais estouvadas
 
Juro-te lua soltar teu luar para apascentar o imarcescível horizonte de breus louvados
Congregar em cada gargalhada o sabor faminto das ânsias e dos desejos agora revelados

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