Dedicado

A Fábula de Bolama

Em memória do meu irmão que partiu....
 
QUANDO NO VAZIO DA VIDA
ME CONTASTE AS TUAS MÁGOAS
SÓ SENTI
EM MEU CORPO
E NAS VEIAS ARDENDO 
O CALOR TÓRRIDO 
DE TUAS ENCOSTAS 
CASTIGADAS PELA MARESIA SALINA 
DOS TEUS SELETOS BEIJOS
E NUMA ÂNSIA PLENA
CONTIGO FICO INSUSPEITO
NAS MINHAS FÁBULAS E DESEJOS
CANTAROLANDO FELIZ 
A IMENSA PAZ
DA MINHA ALMA VADIA REENCONTRADA

Mariana

Mariana andava

Andava pela rua

Mariana olhava

Olhinhos de lua

Mariana sorria

Linda e toda nua

Seus olhos viam o presente

Seus ouvidos, ouviam o passado

Era sempre sorridente e amava frango assado.

Brisas da noite

para a Carla e Noemi
 
Brisas da noite murmuram baixinho o segredo contido numa
Prece confidenciada num lamento patenteado num afago angustiado
Nos céus só rezinga aquela escuridão embebeda num breu tão atormentado
 
Num soluçar suave escorre a noite cochilando sobre uma carícia serena e almejada
Deixa mussitar o silêncio que depois sopita ancorado à maresia tão bem velejada
Escorre pela derme do tempo bisbilhotando onde dormita cada hora extraditada
 

Poema para a receconista

Para ti rececionista que estas no serviço de saúde os doentes atender, la tens que te defender, quando és atacada, porque a consulta não pode ser marcada, quando o doente ta está a pedir. Olhas para ele a sorrir, e a lhe dizer. que há medica vais falar mais nada podes fazer,

Te pedem as receitas se já estão prontas para levantar, as vais procurar, ainda não estão prontas para as entregar. o doente irritado te responde basta de tanto esperar, começas a te enervar, da tua boca sai a resposta volte cá outro dia para as levantar, e la vai o doente a resmungar,

BELO HORIZONTE (meu pai/país/cidade)

oh belo horizonte
de tantas e plenas curvas

contornando meu coração
como um cipó selvagem

seu relevo é um epílogo
circunscrito

nos desvendados véus
de minha memória

-sabre de laser
decompondo a memória

oh céus
de montanhas e vultos ocultos

fundindo no cristalino
essa dócil metrópole

(ainda província de mim!)

Pages