Desilusão

Doença humana

Oh, sono de sonhar,
fome de emagrecer.
És o amanhã que ameaça chegar,
o período que ninguém irá esquecer.

Todos "fomos usando" a nossa parte.
Sem medir ou contar.
Agora, não podemos, simplesmente, ir para marte...
Como não somos de prevenir, há que remediar.

Porque se fizessemos a viagem,
viajariamos como quem erra;
E mudariamos a paisagem
à semelhança da Terra.

Somos uma doença
e o amanhã prevalecerá,
desfazendo a crença
que um depois de amanhã chegará.

Morrer

Queria ser apenas pensamento
e não ter um corpo que me prende.
O aperfeiçoamento do alinhamento
das ideias que alguém não compreende.

Ser mais que algo material,
ter mente sem apoio;
ser o lado informal 
de um, inexistente, existente saloio.

Morrer

Queria ser apenas pensamento
e não ter um corpo que me prende.
O aperfeiçoamento do alinhamento
das ideias que alguém não compreende.

Ser mais que algo material,
ter mente sem apoio;
ser o lado informal 
de um, inexistente, existente saloio.

Jazz da Meia Noite

Toca o jazz da meia noite.
Jiggy jiggy, jizzy jazz...
Cigarro a evaporar na ponta dos dedos.
Blues da morte,
Música de má sorte...
Batidas lentas, dinâmica forte.
Súbito saxofone que me rasga em dois,
Que me congela a alma
Da mais profunda calma.
Improvisos solados, ascendentes,
Entre outros tão decadentes...
Montanha russa de melodias
A aquecer-me as noites frias.
Bateria a marcar compasso
Com o escárnio odioso
Com que pelo mundo passo.
E o contrabaixo, lá do seu alto,

A rosa

A rosa
Pintei uma rosa de negro
E negro o meu coração ficou
Tentei mudar a sua cor
Mas a rosa não gostou
E soltando um longo suspiro
A triste rosa murchou…
Das pétalas saíram gotas
D`um vermelho rubro ardente
Juntei- as a todas num cálice
E dele, bebi lentamente….
anacosta

POR ISTO

Eu não vou ficar triste por isto,
O que fizeste não foi surpresa.
Pareces que só p`ra isto existes,
Somente para espalhar tristeza!

Por tua postura desumana,
Teus duros olhares repentinos,
Aos teus pés muitas vezes sofri,
Da esperança ouvi os desafinos!

O que fizeste hoje não é nada,
De ti já tive maiores penas;
Assim és tu – terríveis espinhos –
Em um belo campo de açucenas.

SOL

            SOL

      SOL BRILHANTE, SOL RADIOSO,

      CHEGA-TE A MIM DEVAGAR,

      E TOCA-ME DE MANSINHO

      NÃO VÁS MEUS OLHOS CEGAR.

 

      OLHOS TRISTES E CANSADOS,

      DE TANTO TEREM DE OLHAR,

      DE VEREM SONHOS DESFEITOS,

      RASGADOS, SOLTOS NO AR.

 

      TRAZ-ME SOL TEU ACONCHEGO

      FAZ-ME BRILHAR O OLHAR !

      MAS FÁ-LO DEVAGARINHO,

      QUERO VOLTAR A SONHAR.

 

      LEVA SOL, LEVA CONTIGO,

      TODA A MINHA SOLIDÃO.

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